Onde nascem os fortes estreou no dia 23 de abril, contando uma história de amor, ódio, perdão e vingança. Mais do que isso. Ao longo dos 53 capítulos – o último será exibido hoje à noite – a supersérie da Globo revelou um Brasil desconhecido da maioria dos brasileiros, o sertão. A produção de George Moura e Sergio Goldenberg completa quase três meses no ar, mas todo o processo foi bem mais longo.
Desde o ano passado, a equipe estava rodando o interior do Nordeste em busca de locações. “O grande diferencial de Onde nascem os fortes é essa imersão durante tanto tempo e em um lugar tão ‘diferente’, o chamado Brasil profundo. Durante cinco meses, 120 profissionais participaram dessa espécie de Big Brother, com todo mundo convivendo, longe de casa e da família. Mas tudo foi muito especial e prazeroso”, comenta o diretor artístico da série, José Luiz Villamarim.
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Conheça os bastidores da série 'Onde nascem os fortes', que estreia nesta segunda-feiraEmoção marca bastidores de 'Onde nascem os fortes', nova série da Globo'Onde nascem os fortes' ambienta no Nordeste uma história movida a paixão, ódio e perdão Último capítulo de 'Onde nascem os fortes' movimenta a webAlice Wegmann fala sobre luta contra transtorno alimentarO envolvimento com o cenário e com os moradores é outro ponto alto ressaltado por Villamarim. Apesar de boa parte da população da região estar acostumada com câmeras, gruas e afins, já que Onde nascem os fortes foi gravada na chamada Roliúde nordestina, a comunidade se envolveu de forma única. “Muita gente serviu de figurante, ajudou na produção. Acho que deixamos uma marca e uma ótima impressão. Até chuva levamos”, diverte-se o diretor, referindo-se às chuvas que caíram no final de abril após um período de sete anos de seca. A região é conhecida como a de menor índice pluviométrico do Brasil.
Um dos méritos da supersérie, sem dúvida, foi o elenco.
TRILHA
Outro ponto alto foi a trilha sonora. As músicas que embalam as cenas são interpretadas por vozes consagradas – Caetano Veloso (Alguém cantando e Todo homem, interpretada ao lado dos filhos e tema de abertura da produção), Geraldo Azevedo (Dia branco), Elba Ramalho (Ave de prata), Gal Costa (Vapor barato) e Jesuíta Barbosa (Mal necessário). E também astros, como Elton John (Your song), Nina Simone (Don’t explain) e The Avener & Phoebe Killdeer (The fade out line).
O diretor artístico conta que faz questão de colocar as músicas nos ensaios e até das filmagens para que os atores se sintam afetados pela trilha. Villamarim acrescenta que algumas das composições de Onde nascem os fortes não entraram no disco oficial. “O disco tem 15 faixas, não podia ser muito grande, mas nem por isso as músicas que não entraram deixam de ser menos importantes”, pontua. Tem ainda Alice Caymmi, Jards Macalé e Naiara Azevedo.
Mineiro, o diretor fez questão de incluir Milton Nascimento na série. Uma das cenas mais emblemáticas dessa reta final foi a de Ramirinho (Jesuíta Barbosa) libertando os pássaros que o pai criava em cativeiro. Ela simboliza a libertação do próprio personagem, que deixou a casa e o cabresto de Ramiro após anos, mas também carrega um outro significado. Cada passarinho preso representa uma pessoa que o personagem de Fábio Assunção assassinou ou mandou assassinar.
TROIA
Agora que Onde nascem os fortes chegou ao fim, José Luiz Villamarim vai tirar alguns dias de descanso para mergulhar de cabeça em seu próximo projeto televisivo, Troia, que marca a estreia da autora Manuela Dias, das minisséries Ligações perigosas (2016) e Justiça (2016), na faixa das 21h. Prevista para chegar à tela da Globo em maio de 2019, o folhetim terá no elenco Taís Araújo, Cauã Reymond, Paolla Oliveira e Regina Casé..