Primeiramente vieram os livros. Depois, as séries. O sucesso da trilogia Millennium, de Stieg Larsson, fez com que o mundo abrisse os olhos para a produção de ficção policial que vinha da Suécia. Depois que a heroína Lisbeth Salander ganhou corpo – tanto na adaptação cinematográfica sueca quanto na americana para Os homens que não amavam as mulheres – o interesse só aumentou.
O catálogo da Netflix está recheado não só de produções suecas, mas de todo o Norte da Europa. A maior parte delas é policial. Trapped é finlandesa, e acompanha vários crimes numa cidadezinha isolada por causa de uma nevasca. Nobel é norueguesa, e traz como personagem central um sniper recém-chegado de uma missão no Afeganistão que se envolve numa trama política internacional.
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Netflix divulga as novidades para o mês de julhoBarack e Michelle Obama vão produzir séries e filmes para a NetflixNetflix divulga trailer do episódio final de 'Sense8'; assistaNetflix confirma Helena Bonham Carter como princesa Margaret em 'The Crown'Produtora da Netflix acusa Harvey Weinstein de estupro e assédio sexualO prólogo é meio filme B de terror. Debaixo de um temporal, um homem chega a um cemitério. Em frente a uma lápide, ele diz: “As coisas simplesmente aconteceram. Por Deus, eu queria que nunca tivessem acontecido. E você está morto. Bem, vou colocar um fim nisto agora mesmo.” Minutos depois, esse mesmo personagem é morto a pauladas. Aparece, no dia seguinte, dependurado numa árvore.
O crime ocorreu em Norrbacka, uma cidadezinha na Suécia onde habitam “17 mil idiotas”, como explica a policial Sophie Borg (Lisa Henni) a seu colega britânico, Tom Brown (Adam Godley).
Como policiais ineptos em seus locais de origem, foram rebaixados. Sophie se acha a maioral, mas é grosseira, impulsiva e mal-humorada. Já Tom é um solteirão passado dos 50 anos que tem como companhia rosas e o fantasma da própria mãe. É capaz de chorar no meio da prisão de um suspeito.
Pois em Norrbacka eles são quase geniais. Prestes a se aposentar, o chefe da polícia local é um ególatra que está mais preocupado com jantares e jogos de golfe. Mas ele não é tão limitado quanto seu ajudante (também seu enteado), que é capaz de ser enganado por todos (inclusive os suspeitos).
Há cenas bizarras, como um tiro dado em um “suspeito”, que, na verdade, ensaiava o musical Jesus Cristo Superstar (os policiais acreditavam se tratar de uma seita religiosa) ou o encontro de um novo corpo.
A dinâmica entre os personagens abilolados – com brigas por detalhes bobos, além das diferenças culturais – é que faz a graça de Fallet. O portal Deadline anunciou que o canal pago americano Showtime está desenvolvendo uma versão de Fallet. Se vingar, a série seguirá o caminho de outras produções nórdicas adaptadas pela TV dos EUA: The bridge (do original sueco-dinamarquês Bron/Broen) e The falling (versão para a dinamarquesa Forbrydelsen).
Abaixo, confira o trailer de Fallet: