Gregório Duvivier tem uma missão árdua na estreia da segunda temporada de Greg news, nesta sexta, 23/3, na HBO: fazer humor numa edição pautada por uma situação dramática que tomou proporções mundiais.
“A estreia está sendo numa semana difícil, pois não tinha como eu não falar da tragédia (o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, na quarta-feira 14, no Rio de Janeiro). O desafio foi como trabalhar o humor em cima desta situação”, comenta.
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Programa criado nos moldes do Last week tonighit with John Oliver, exibido pela HBO dos EUA, Greg News coloca o ator, humorista, roteirista e escritor atrás de uma bancada e em frente de uma plateia, de onde comenta de forma crítica e irônica os assuntos mais quentes da atualidade. Na temporada inicial, ele tratou de temas como a Operação Lava-Jato, agrotóxicos, aborto e impostos no Brasil.
“A gente sempre deu ao Gregório total liberdade para falar o que quisesse. Não há censura quanto a nenhum tema”, afirma o diretor de produções originais da HBO Latin America, Eduardo Zaca. “E posso atestar que nunca tive nenhum tipo de censura. Já ri da própria HBO”, acrescenta Duvivier.
DESEJO - Assim como na temporada inicial, o segundo ano de Greg news terá 20 episódios – gravados sempre às terças-feiras – de 30 minutos de duração. Em dezembro, foi ao ar uma edição especial do programa, a de número 21, em que Duvivier afirmou que seu maior desejo para todos em 2018 era de que não votassem em Jair Bolsonaro.
De volta neste 2018 que promete uma polêmica atrás da outra, Duvivier afirma que novamente será a política a pauta da maior parte das edições. “Mas, mais do que falar sobre as eleições e sobre tal pessoa, queremos falar dos temas que estão por trás, o que não está sendo dito. O Bolsonaro, por exemplo. Em vezes de falar dele, queremos falar sobre a ditadura militar, da falta de conhecimento do brasileiro sobre aquele período. Se formos falar da Marina (Silva), vamos tratar do meio ambiente.”
Para o Greg news, Duvivier trabalha ao lado de uma equipe de 10 pessoas, entre jornalistas, redatores e editores. Mas a última palavra é sempre dele, que responde pela redação final. “Trabalhamos com fatos, um conceito hoje tão desgastado. Fazemos uma checagem jornalística séria para não falar nenhuma mentira. Primeiro tem que vir a verdade”, conclui.