Uma série despretensiosa e que sabe surpreender. Há tempos aguardo uma produção na TV aberta dos Estados Unidos que fizesse diferente. Mas, por saber que raras são as vezes em que isso ocorre, acabo me surpreendendo quando acontece. Foi assim ao final do piloto de This is us, há dois anos, e agora, com Good girls.
Good girls não quis “escancarar” sua história para o público antes da estreia, e isso valeu muito a pena. Eu estava completamente cético em relação à série. Esperava uma série bobinha de 20 minutos. Eu me surpreendi ao final dos 42 minutos do piloto. Passados três episódios, Good girls ainda não me parece uma série de TV aberta, muito menos da NBC.
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Há em Good girls uma certa inocência, que muitas tramas atuais não apresentam mais. Há também a preocupação de envolver o público com seus personagens, a ponto de apresentarem suas histórias e fazermos com que torçamos por eles. Para uma série ser sucesso, ela não precisa de grandes nomes, um elenco gigante e alto orçamento. Ela precisa ter voz, uma boa história e usar essa combinação para ser ouvida. Good girls, sem dúvida, consegue fazer isso.
Ao assistir os três primeiros episódios da série, você se sente completamente imerso na trama e sem saber o que esperar a seguir. Era para elas terem apenas roubado o supermercado e pegado US$ 30 mil. Desde então, gastaram o dinheiro, se envolveram com um chantageador/estuprador, além do mais inesperado e excitante – a relação delas com uma gangue que, na verdade, era a verdadeira dona do dinheiro do supermercado. A cada momento, elas se veem cada vez mais atoladas na lama do roubo, mas o que era para ser uma trama densa e pesada acaba ganhando a leveza do humor que a série se propõe a manter.
A mensagem que Good girls quer passar é a de que “nada está tão ruim que não possa ficar pior”. Em todos os episódios elas terminam se envolvendo em uma situação pior que a anterior.
Abaixo, confira o trailer de Good girls:
*Este texto é uma versão reduzida da crítica de Anderson Narciso publicada no blog Mix de Séries, hospedado no portal UAI.