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'Cresci respeitando as mulheres, a vida e o tempo', diz Tony Ramos

 Tony Ramos acredita ter cumprido sua missão na pele de José Augusto em Tempo de amar, novela das 18h da Globo que termina amanhã. Na novela de Alcides Nogueira, o ator enaltece a beleza da trama do pai que se redime com Maria Vitória (Vitória Strada), após tê-la separado da filha recém-nascida. O conservadorismo do personagem afastou os dois por um período, mas o perdão triunfou no fim.



 

Na mini-entrevista a seguir, Tony, que completará 70 anos em agosto, comenta o caminho da redenção de José Augusto. Além disso, confessa ser conservador, diz como vê o Brasil atualmente, o que espera do país e quais são seus próximos projetos.

O que você achou dessa virada do personagem, como um vilão, mas que se redimiu com a filha?
Mas o que é um vilão de fato? Nós estamos muito acostumados ao psicopata. Mamãe me dizia: ‘Filho, isso é triste, mas conheço, no mínimo, uns três casos destes’. Quando ele (José Augusto) começa a se dar conta do ato agressivo que fez, há uma virada. Então, isso mostra a contradição do próprio ser humano.

Como você lida com o passar do tempo?
A coisa que mais gosto é de assumir as minhas idades, porque nunca tive crise com elas. Sou um homem que foi criado numa família que minha mãe era separada de meu pai e você pode imaginar o que era ser separada no início dos anos 1960. Então, a minha mãe, uma mulher muito forte, lidou bem com isso, com minha avó e elas me educaram no sentido de que a vida é libertária, os homens é que a tornam proibitiva. Então, cresci assim, respeitando as mulheres, a vida e o tempo. Envelhecer é uma dádiva.



Para você, como está o Brasil atualmente?

O meu Brasil está enfermo, triste, desesperado por segurança, emprego, hospitais, educação. Sempre vou voltar ao assunto educação, pois um país sem educação não pode se chamar de nação. O meu Brasil é triste, mas esperançoso. Sou um incorrigível otimista. O que quero é um país que se reencontre, se renove, reflita sobre ele mesmo.

Quais são os seus próximos projetos?
Estou convidado para a série Aracy, o anjo de Hamburgo, mas ainda não está fechado 100%. É uma história verídica da viúva de Guimarães Rosa, que ajudava os judeus a escaparem da Alemanha. Mas só vou procurar saber se estou nesse projeto depois de gravar 45 do segundo tempo, o filme de Luiz Villaça.

 

(Estadão Conteúdo)