Talvez La Casa de Papel seja daquelas novelas bem ao estilo mexicano que fizeram tanto sucesso no SBT durante os anos 1990. Talvez a série, lançada pela Netflix em 25 de dezembro, seja uma genial trama de assalto a respeito dos ladrões mais corajosos de toda a Espanha. Possivelmente, as duas coisas. E não há qualquer problema nisso.
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CORTES - Criada originalmente para a Antena 3, emissora de TV por assinatura espanhola, a série foi ao ar em duas partes, ao longo de 2017, com 15 episódios e 70 minutos, em média. Ao ser adquirida pela Netflix, passou por mudanças: os nove primeiros episódios foram transformados em 13, com até 50 minutos cada.
La Casa de Papel retrata os dias de um assalto e sequestro na Casa de Moeda. Um homem misterioso, cujo passado é desconhecido e chamado apenas de Professor, recruta seus próprios “cães de aluguel” para realizar aquele que é tido como o maior roubo do século. Tal qual o Professor, os ladrões adotam nomes de cidades na tentativa de esconder a identidade. Temos, então, Tóquio (Úrsula Corberó), Nairóbi (Alba Flores), Rio (Miguel Herrán), Moscou (Paco Tous), Berlim (Pedro Alonso), Denver (Jaime Lorente), Helsinque (Darko Peric) e Oslo (Roberto García). Todos foram escolhidos pelas especialidades próprias (a assassina é Tóquio, enquanto Rio é o hacker e os “músculos” são Helsinque e Oslo). Nenhum deles tem nada a perder.
ROBIN HOOD - O plano é engenhoso e envolve uma síndrome de Robin Hood, o que ajuda o público a se identificar com os ladrões.
É na relação interpessoal que La Casa de Papel se perde e se alonga. Por mais profundos que seus personagens deem a impressão de ser, pouco a pouco a água vai até o umbigo e, logo, a evolução estaciona. As tentativas desesperadas de alguns reféns de escapar também não convencem – na terceira vez, até cansam.
Ação (das mais estapafúrdias) e a sensação de perigo iminente (embora nunca se concretize de fato) são as principais forças do seriado. E, convenhamos, para um país acostumado às novelas mexicanas Maria do Bairro e A usurpadora, o dramalhão-thriller de La Casa de Papel é fichinha... .