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Leifert critica 'ativismo' no BBB e irrita quem milita na vida real

Tiago Leifert foi incisivo ao conversar com Nayara, a eliminada do quarto paredão do Big brother Brasil, na noite desta terça-feira (20). Negra, a jornalista de 33 anos se tornou conhecida por não perder a oportunidade de levantar bandeiras - sobretudo contra o racismo institucionalizado - e ouviu do apresentador que representatividade não "leva a nada", dentre outros comentários sobre a conduta dentro do jogo. 

"Esta casa, especificamente, está com uma outra 'nóia'. Vocês não são mais vocês mesmos. Agora vocês representam algo. 'Ah, eu represento a comunidade X'. 'Fulano representa a comunidade Y'. 'Eu represento sei lá o quê'. Deixa eu falar a real.
Ninguém aqui fora deu procuração para vocês representarem ninguém aí", disse ele para Nayara, que saiu com rejeição recorde (92,69% dos votos do público) após ser indicada pelos líderes Ana Clara e Ayrton, entre outros motivos, pelo fato de costumar "fofocar" na casa. E continuou: "Sem essa de representatividade, que isso não leva a nada". 

"Você falou muito de ser jornalista, de checagem de informação. A gente não quer saber de você ser jornalista ou não, queremos saber de você. Algumas coisas que você fez aí que foram determinantes, tem algo em comum na checagem de informação jornalística com Wagner, Caruso e Paula. A única coisa em comum é o Lucas. O Lucas tava aí com você sempre. O que fica de lição hoje é: não quer ir pro paredão, faça alguma coisa.
E quando escolher defender alguém, defenda a você mesmo", completou ele 

As declarações repercutiram negativamente nas redes sociais, que se rebelaram especificamente contra a fala sobre a importância da representatividade. No Twitter, um usuário disse: "Tenho adorado o Tiago Leifert como apresentador do BBB, mas falar que 'discurso de representatividade não leva a nada' foi uma bela de uma bosta (independente do contexto, não há justificativa pra falar isso no programa)". 

Outro lembrou de casos em edições anteriores do programa. Leifert dizendo que representatividade não importa e eu só lembro de quando Jean Wyllys assumiu ser gay em rede nacional. Eu fiquei chocado, tremi todo, não sabia que podia acontecer isso. Eu, que tinha medo por ser LGBT, passei a acreditar numa vida mais fácil. Importa SIM. Quero muito acreditar que Leifert se expressou mal. Que no fundo quis dizer que, apesar de carregarem bandeiras, ali dentro há indivíduos.
Mas suprimir a representatividade, não. Se representatividade não importasse não haveria “cota” de negros e LGBTs todo ano na seleção do BBB". 

Apesar da negativa de Leifert, Nayara seguiu militando: afirmou torcer para Viegas. "Quero um preto como campeão", disse ela. O desejo foi reafirmado em entrevista concedida à ex-BBB Fernanda Keulla depois do programa: "Em 18 edições nenhum preto ganhou. Pode ser que tenha representatividade, mas em um país com a maioria de negros, nenhum ganhou esse programa e isso é um pouco estranho". 
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