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Brasiliense atuou em '13 reasons why' e interpreta mutante em 'X-Men'


Em 13 de abril, o mutante Mancha Solar estará nas telas de cinema em cenas do novo episódio da franquia X-Men. Nos créditos da megaprodução dirigida por Josh Boone estará o nome de Henry Zaga, de 24 anos, que viverá um dos The New Mutants. “Meu escritório é em Los Angeles, mas minha casa é Brasília”, diz o ator brasileiro Henry Gonzaga, que integrou o elenco da série 13 reasons why, da Netflix, no papel de Brad. O jovem avisa: não é celebridade e trabalha duro nos EUA. Garante que não enfrentou dificuldades por ser brasileiro, mesmo diante do noticiário negativo sobre a crise política e a corrupção em seu país natal. “O que podemos fazer é usar o poder que temos nas mãos, a nossa voz, para lutar contra essa prática”, afirma.

Como foi virar um X-Men?
Foi muito trabalho, dezenas de testes de estúdio. Conheci o diretor um ano antes, ele tinha vontade de trabalhar comigo. Porém, as coisas não são assim, não basta ter vontade.

Há várias fases de testes em estúdio. Depois de muito trabalho, terminei escolhido. (Caio Paduan, que interpreta Bruno na novela O outro lado do paraíso, também participou das audições em busca do papel.)

Esse papel transformou você em uma celebridade em Brasília. Pensa em voltar para o Brasil?

Primeiro, não me considero uma celebridade, e sim um ator. Não preciso voltar, porque nunca saí. Tenho uma casa brasileira, minha família inteira mora aqui. Tenho uma ligação muito forte com o Brasil e com Brasília.
Por isso, acho estranho quando alguém pergunta se penso em voltar. Meu escritório é em Los Angeles. Minha casa é no Brasil.

Sua família passou por constrangimentos devido ao processo envolvendo seu pai (o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga) em uma acusação de agressão à mulher. Isso o afetou profissionalmente?
Apenas tenho a dizer que só cheguei onde cheguei por causa do imenso amor que recebi do meu pai e da minha mãe. Em 22 anos de casado com a minha mãe e em 24 anos sendo meu pai, ele nunca foi indelicado, nem verbalmente, com a minha mãe, com a minha irmã ou comigo. Meu pai é um homem incrivelmente carinhoso, generoso, e só dá amor para as pessoas. Tenha certeza disso. Todos que o conhecem sabem muito bem o que estou dizendo.

O que mais atrapalha um ator brasileiro que deseja atuar lá fora?

Sem dúvida, o sotaque.
Isso porque vai limitando o número de personagens que você pode interpretar. Há um grande número de personagens latinos, porém poucos brasileiros. Só interpretei americano até agora. Não é comum ver um personagem brasileiro em um projeto hollywoodiano. Tem muito papel latino com língua espanhola, mas não português. Essa é a diferença. Então, você tem que trabalhar muito duro para mudar o seu sotaque para o de uma língua espanhola ou perder totalmente o sotaque e abrir um leque infinito de personagens americanos.

É difícil ser brasileiro lá fora?

Não tive dificuldades. As pessoas gostam do Brasil. Quando sabem que você é brasileiro, citam as figuras mais conhecidas, como Pelé e Tom Jobim. Citam JK.
Como disse antes, há uma diferenciação em relação a papéis, mas não um preconceito. E me sinto muito acolhido por ser brasileiro. Nós temos ícones no entretenimento, no esporte e na história.

E os escândalos de corrupção recentes do Brasil? Houve ações contra a Petrobras em Nova York…

A corrupção machuca e decepciona. Não deve ser tolerada em nenhuma área, de nenhuma forma. Não está certo. O que podemos fazer é usar o poder que temos nas mãos, a nossa voz, para lutar contra essa prática, uma luta anticorrupção.

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