As atrações televisivas estão cada vez mais próximas das produções de cinema, seja na linguagem ou no visual. Nos últimos anos, criações da TV aberta brasileira passaram a contar com efeitos especiais e visuais no estilo de filmes hollywoodianos.
Na próxima terça-feira, a Globo vai lançar um de seus projetos mais ousados envolvendo efeitos especiais: a novela Deus salve o rei. Em um contexto medieval, a trama mostra o confronto entre dois reinos, Artena e Montemor.
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O setor reúne 100 profissionais – a maior equipe de efeitos especiais montada pela emissora para se dedicar a uma novela. Coube a eles criar cenários, castelos e vegetação.
“O que buscaríamos como locação conseguimos por meio desse banco de imagens”, revela Fabrício Mamberti. Marcelo Nicacio, supervisor de efeitos visuais de Deus salve o rei, diz que se trata do maior projeto de computação gráfica da história da emissora.
TÉCNICAS
Em 2016, a Globo adotou um projeto semelhante em Supermax.
A equipe de efeitos de Supermax tinha a tarefa de dar vida a criaturas nascidas da computação gráfica. Também ficou encarregada de cenas que envolviam sangue. Tudo isso com o auxílio do 3D.
“Usamos técnicas diferentes para fazer as criaturas cuja fala ia acontecendo. Em situações anteriores, tivemos personagens virtuais, mas os movimentos não dominavam uma cena inteira, como foi o caso de Supermax”, explica Pablo Bioni, responsável pelo setor de pesquisa e desenvolvimento de efeitos especiais da série.
Para dar vida às criaturas foi preciso captar movimentos que lhes conferissem expressões de rostos e movimentos nos momentos em que falavam. Técnica semelhante foi utilizada nos filmes Planeta dos Macacos, O senhor dos anéis e Star wars.
STARGATE Desde 2015, a Record emprega efeitos especiais em algumas novelas. A estreia desse tipo de recurso ocorreu em Os dez mandamentos.
Os americanos criaram para a Record cenas emblemáticas, como a abertura do Mar Vermelho e a infestação de rãs e gafanhotos no Egito. Posteriormente, a emissora voltou a apostar nesses recursos em Apocalipse. Desta vez, a tarefa ficou a cargo de brasileiros. A equipe de 400 pessoas trabalhava em São Paulo.
Logo no primeiro capítulo de Apocalipse, havia a cena do tsunami criada com diferentes tipos de efeitos. O projeto envolveu engenheiros, dublês e filmagens. Uma delas se deu em Angra dos Reis; a outra na sede da emissora, no Rio de Janeiro, que contava com painéis de cromaqui, três rampas para disparar 27 mil litros de água e uma piscina de 100 metros de comprimento com entulhos, galhos de árvores e carros.