É o sonho de qualquer apresentador de TV.
“Não sei se todo o mundo quer se expor tanto, mas seria um sonho se todos os programas e espetáculos as pessoas quisessem se expor”, comenta Michel Melamed. Bem, ele não é um apresentador de TV. Tampouco Bipolar show um talk show tradicional. Diante disto, tudo é possível na atração. A terceira temporada, com 26 novos episódios, estreia hoje 19), no Canal Brasil.
É Wagner Moura o convidado da primeira edição. Ele já chega “causando” no principal cenário da atração, o antigo Cassino da Urca, mais tarde Teatro Tupi, palco da primeira emissora de TV brasileira, hoje um espaço enorme abandonado. Há ainda uma outra locação, externa, no campus da UFRJ.
Wagner e Melamed vão batendo bola com muita facilidade.
A conversa é sempre muito editada, um assunto logo vai a outro. Nem tudo é papo sério. Anfitrião e convidado criam, ao vivo, a marchinha Boquinha brilhosa, uma sátira ao brilho labial que atores são obrigados a usar nas gravações quando estão com os lábios ressecados.
“Esta temporada está mais crua, essencial. Tanto que o cenário perdeu tudo e ficou apenas com as linhas do mobiliário. Quis fazer diferente porque a temporada anterior, num galpão, tinha público (uma arquibancada para até 100 pessoas), muitos quadros, performances. Foi uma temporada muito para fora. Quis então fazer esta para dentro”, diz Melamed.
No programa tudo pode acontecer mesmo. Durante a conversa no antigo Cassino da Urca – “o espaço está daquele jeito há décadas; é o retrato triste e fiel do Brasil que a gente tem visto” – um rato passeia pela locação. Já na UFRJ, os atores são assistidos por alunos que passeavam pelo local na hora da gravação.
Outros convidados desta temporada são Débora Falabella, Eliane Giardini, Luis Miranda, Bárbara Paz, Chacal. “O critério que uso para convidar são pessoas que eu ame. E este amar tem um amplo escopo. Pode ser tanto gente do ponto de vista do afeto; ou gente que eu admire. O objetivo é sempre ter um bom encontro, falar o que quiser. Não tem pegadinha, saia justa. É uma relação de afeto e confiança”, finaliza Melamed.
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Aos 41 anos, Michel Melamed é ator, apresentador de TV, dramaturgo, diretor. “Artista”, define ele. Ou então poeta, ele se corrige.
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