O corpo de Rogéria será velado nesta terça-feira, 05, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, a partir das 11h. O velório será fechado para amigos e família até às 13h, e depois disso será aberto ao publico.
De acordo com o site UOL, às 18h o corpo segue para Cantagalo, na Região Serrana do Rio, onde será realizado o enterro, nesta quarta-feira, 06, após um segundo velório que vai acontecer durante a madrugada no ginásio da cidade natal de Rogéria.
A artista morreu na noite desta segunda-feira, 04, aos 74 anos. Ela havia sido internada às pressas em uma unidade de saúde na Barra da Tijuca, na capital fluminense. As causas da morte ainda não foram divulgadas.
Em julho, ela havia sido internada em uma clínica após alegar fortes dores nas costas. À época, o diagnóstico apontou para uma infecção generalizada. Em agosto, ela foi internada novamente por conta de uma infecção urinária. O tratamento incluiu internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ela passou duas semanas. Em seguida, ela recebeu alta e deixou o hospital.
Trajetória
A atriz Leandra Leal, que dirigiu Rogéria no documentário Divinas divas, afirmou ao Estado de Minas que a artista era um ''ponto fora da curva''.
O nome Rogéria só veio quando ela era adulta. Nascida Astolfo Barroso Pinto (homenagem ao avô) em Cantagalo, interior do Rio de Janeiro, em 25 de maio 1943, sabia desde criança que era diferente. Pequena, andava pela casa da família com um pedaço de pano fazendo as vezes de cauda do vestido. Mas brincava com os meninos – e batia em quem a ameaçasse.
Essas lembranças estão na biografia Rogéria – Uma mulher e mais um pouco (Estação Brasil), de Márcio Paschoal, lançada em outubro de 2016. O relato saboroso mistura relatos da vida pessoal e nos palcos, no cinema e na TV.
Rogéria dizia que teve muitos homens na vida, mas somente um amor. Apaixonou-se perdidamente aos 19 anos, quando viveu um casamento que durou três. A personalidade forte e o talento a levaram para o showbusiness. Na época, Astolfo, que já se vestia como queria, virou maquiador.
O nome Astolfo já havia sido substituído por Rogério, menos formal. Como Rogerinho, maquiou todo mundo que importava naquele início dos anos 1960: Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Maysa, Elis Regina, Fernanda Montenegro, Sérgio Britto. Virou Rogéria no carnaval de 1964, ao participar de um concurso de fantasias.
Como nenhuma outra, Rogéria se destacou em diferentes áreas. Os shows de vedetes a levaram para o exterior. Passou por Angola, Moçambique, Estados Unidos, Espanha e França. No Brasil, recebeu, em 1979, o Troféu Mambembe pelo espetáculo O desembestado, que encenou com Grande Otelo.
Fez cinema e virou uma figura popular da TV ao virar jurada de programas de auditório. Fez participação em novelas (Babilônia, de 2015, foi a mais recente) e humorísticos (Zorra total, A praça é nossa).
Sempre ''causando'', Rogéria foi ela mesma até o fim da vida. Em 18 de junho, foi ovacionada na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, no trio elétrico Divinas Divas, que dividiu com o elenco do documentário e sua diretora, Leandra Leal. ''Sou Rogéria, artista. Porque artista independe do sexo'', ela mesma definiu. (Mariana Peixoto)
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