Com mais de 50 anos de carreira, Elizângela não tem do que se queixar quando o assunto é sucesso. Ainda adolescente brilhou nas paradas com a música Pertinho de você (aquela da letra que diz “De que adianta viver assim sem ter você perto de mim...”). Ao mesmo tempo, já despontava na TV com seus primeiros trabalhos, a Dalva do Espírito Santo de O cafona, e Taís de Bandeira 2 – ambas de 1971. “Nunca fui cantora. Era uma atriz, que, em determinado momento, topou um convite para cantar e deu certo”, diz. Mesmo com o bom resultado daquele compacto (um disco com duas canções), deixou a música para seguir a carreira de atriz, que sempre lhe interessou muito mais.
Daí em diante, contando apenas a atuação em folhetins, foram 35 personagens. No currículo, há ainda uma passagem como apresentadora, ainda menina – “meu sonho àquela época era ser jornalista” –, e apresentadora do programa infantil Capitão Furacão. Além de, ufa, três longas (Quelé do Pajeú, O enterro da cafetina e Vale do Canaã), o que dá a medida da efervescência de sua carreira nos anos 1960 e 1970.
Atualmente no ar como uma elogiada Aurora, a mãe de Bibi (Juliana Paes) na trama global das nove A força do querer, ela está, de novo, no centro dos holofotes.
O convite para a novela partiu do diretor Rogério Gomes, com quem ela havia trabalhado em Império (2014). “É uma maravilha trabalhar com ele e equipe. Quando o convite chegou, aceitei de imediato. Fazer novela, assim como fazer teatro, é um trabalho de equipe e não pode ser prazeroso apenas para um. A felicidade tem que ser para todos para que se tenha um resultado realmente bonito.”
Se por telefone Elizângela fala com serenidade e bom humor, nos estúdios sua Aurora está cada vez mais desesperada com a relação da filha com Rubinho (Emílio Dantas). “Às vezes, em cena, tenho vontade de dar uma sacudida nela (Bibi), como todo mundo quer”, conta Elizângela, que não poupa elogios a Juliana Paes, “que está maravilhosa”. A atriz vê semelhanças com a colega de cena e não apenas no tipo físico. “Somos intensas na representação. Ela é espontânea da mesma forma que eu.
Imaturidade Sobre a opção de Bibi de seguir pelo caminho do tráfico, Elizângela culpa a imaturidade emocional da personagem. “Ela é como uma adolescente, buscando um grande amor, um príncipe encantado, alguém que viva ao seu lado adulando, bajulando, mentindo, colocando-a para cima, como o Rubinho sempre fez”. O futuro de Bibi, para a atriz, ainda é uma incógnita. “Talvez haja uma redenção.Talvez ela vá buscar um caminho de tranquilidade e paz. O que ela está vivendo é uma escolha, caramba, louca. Nunca entraria ou me permitiria entrar em uma situação como essa”.
Se por um lado a novela tem tido boa audiência e a atuação de Elizângela recebe elogios, por outro a trama vem sendo criticada por glamourizar o tráfico. “Não tem nada disso. Acho até que a direção tem tomado muito cuidado com as cenas.
NOME ÚNICO
“Todas as Elizângelas que existem vêm do meu nome”, diz a atriz, filha de paraenses nascida em Resende, no Rio de Janeiro. Ela diz que seus pais, Rosalinda da Mata Resende Vergueiro e Emílio do Amaral Vergueiro, criaram seu nome unindo os de suas irmãs, Elizabete e Ângela. “Coisa de paraense”, diverte-se. A atriz usa as redes sociais para ficar mais próxima do público. “Tenho Facebook. Não entro sempre, mas quando posso navego para agradecer o carinho de alguma forma”. Como o nome Elizângela proliferou, fica o aviso: a atriz se apresenta na rede social como Elizângela Vergueiro.
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