Uma equipe de jornalismo do SBT foi agredida por um policial militar durante a gravação de uma matéria no interior de São Paulo. O repórter Márcio Adalto e o cinegrafista Evinho Centurion cobriam a primeira audiência de instrução do ex-prefeito de Urânia Francisco Airton Saracuza (PP), preso depois de uma operação da Polícia Federal com o Ministério Público, quando foram impedidos de filmar a movimentação na rua. O jornalista questionou a atitude do PM e começou a gravar a situação com o celular, mas teve o objeto jogado no chão.
"Não é para filmar, se não vou recolher a câmera. É determinação que não é para filmar", disse o policial, identificado como Itamar. "Se apontar a câmera, vou recolher o equipamento", afirmou. De acordo com Adalto, ele estava conversando com o advogado de defesa de Francisco Airton quando o réu chegou com as viaturas da polícia. Depois da discussão, ele jogou o celular do repórter no chão, que foi danificado. Márcio Adalto fez um desabafo no Facebook, comentando o ocorrido: "ESTOU INDIGNADO. Em 10 anos de profissão nunca passei por isso! O sentimento é de impotência. Agradeço a todos da equipe do SBT Interior e o cuidado do cinegrafista Evinho Centurion. Sem o suporte de vocês eu teria perdido o controle. Que situação...".
Durante o jornal, o repórter chamou a situação de "lamentável". "Em poucos meses eu completo dez anos de profissão, já cobri diversos eventos com conflito da polícia, inclusive trabalhei em Brasília", disse. "Momentos tensos, mas nunca vivi o que vivi aqui em Urânia. Foi muito brutal, nós saímos para fazer a imagem e ele impediu. Nós pedimos novamente mas ele impediu, o que houve, infelizmente, foi uma sucessão de agressões", acrescentou ele. A âncora do SBT Interior, que noticiou a agressão, declarou "profunda indignação" e chamou a atitude do PM de "absurda". A emissora entrou em contato com a assessoria de imprensa da polícia, que respondeu afirmando que iria apurar o caso com base nas imagens.
Assista à reportagem sobre a agressão:
Confira o desabafo do repórter:
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