"Depois de uma cuidadosa revisão das alegações, a empresa e Bill O'Reilly concordaram que ele não retornará ao canal Fox News", informou a empresa 21st Century Fox em um comunicado.
Diante da avalanche de denúncias, O'Reilly decidiu há uma semana suspender temporariamente seu programa O'Reilly Factor e tirar férias, embora a fuga generalizada de anunciantes tenha selado o destino do programa e do apresentador.
O'Reilly, que ocupou um papel central na programação da Fox News por 21 anos com sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar, pensava em retomar as atividades em 24 de abril.
Em março, o jornal The New York Times noticiou que O'Reilly e o canal Fox haviam pago um total de 13 milhões de dólares a cinco mulheres para colocar um ponto final às acusações de assédio sexual contra o famoso apresentador.
No acordo, as cinco mulheres se comprometeram a manter silêncio sobre as denúncias e a renunciar a novos processos na justiça.
O'Reilly nunca negou diretamente as alegações, mas afirmou que era "vulnerável a processos na Justiça por parte de pessoas que querem que ele pague para evitar publicidade negativa".
Outra mulher, entretanto, se nega a retirar a denúncia de assédio sexual, já que não deseja uma compensação financeira, mas um pedido público e formal de desculpas.
Há menos de um ano, Roger Ailes, um executivo que ajudou a construir a Fox News, também teve que renunciar e se afastar da empresa em meio a denúncias de assédio sexual.
Há duas semanas, o presidente Donald Trump, admirador de Bill O'Reilly e espectador diário da Fox News, saiu em defesa do apresentador, a quem chamou de "uma boa pessoa".
Nesta mesma quarta-feira, o presidente da ONG Media Matters, Angelo Carusone, apontou que a saída de O'Reilly não obedeceu uma política firme da Fox News contra o assédio sexual, mas à saída dos anunciantes de seu programa.
"A Fox News não merece elogios pelo assédio em escala industrial que seus funcionários foram forçados a tolerar", apontou.