Tudo começa quando o bem-sucedido empresário Abel (Tony Ramos) contrata a doce advogada Celeste (Monica Iozzi) para tratar da sua separação. Até então, ele é casado com Lucy (Maria Luísa Mendonça). Em Celeste, Abel encontra o que precisa: uma moça ingênua, com forte ligação com o “divino”, que poderá lhe ajudar no processo de divórcio e ainda servir de laranja para esquemas de lavagem de dinheiro.
“É muito fácil se identificar com a Celeste. Quem nunca se sentiu tentada, seduzida por algo? A Celeste não desconfia das pessoas, e eu também tenho um pouco disso”, diz Monica Iozzi. “O demo, diabo, cão, enfim, é discutido desde sempre. Quando me foi oferecido o roteiro, minha questão era saber se ele chegava ao público. E eu tive a resposta ao ler os três primeiros capítulos
A família Zebu e seus “chegados” é só mistério. Durante o desenrolar da trama, a ideia é que o telespectador se pergunte justamente se tais personagens são humanos ou não. Ao lado da mãe Lucy, as crianças Damien (Enrico Baruzzi) e Carrie (Nathália Falcão) são capazes de grandes trapaças e estão atrás de um rubi valiosíssimo, escondido por Abel, e que teria poderes mágicos. Ainda na turma, a sedutora Lilith (Maria Casadevall) joga ao lado do empresário, entrega-se aos seus mandos e desmandos e tem uma relação íntima em excesso com o patrão.
SOBRENATURAL “Lilith aparece para ajudar Abel com um plano de engravidar Celeste. Na tradição judaica, Lilith é um ser que foi expulso do paraíso. A primeira mulher criada antes mesmo de Eva. Então você não sabe se a minha Lilith é um ser humano de caráter duvidoso ou um ser de origem sobrenatural. A gente fica o tempo inteiro nesse jogo e isso dá margem para muitas criações”, comenta Maria.
Já no núcleo mais “bonzinho” aparecem o namorado, Davi (Juliano Cazarré), e a mãe de Celeste, Leda (Cecília Homem de Mello). O rapaz, no entanto, tem conduta duvidosa.
Falar sobre o bem e o mal, levantando questões religiosas, não é um tabu para os criadores de Vade retro. “O humor, antes de qualquer coisa, deve ser leve
As tomadas das cenas não são usuais na televisão. Mauro e Fernanda comentam que usaram a técnica do diretor Stanley Kubrick, chamada de “one point perspective view”, que centraliza os personagens para dar a impressão de que existe uma atmosfera de suspense em volta. “Tentamos achar uma estética que brincasse com o ‘dark’, mas com o cuidado de não passar por cima da comédia”, comenta o diretor artístico.
Gravada em São Paulo no final do ano passado, a atração de 12 capítulos terá segunda temporada, prevista para 2018.