

Marte, que estreia hoje, é a mais ambiciosa série já produzida pelo canal Nat Geo. Misto de ficção e documentário, remete a Perdido em Marte, filme estrelado por Matt Damon, dirigido por Ridley Scott e baseado no livro de Andy Weir. Ambos exploram o mesmo terreno e, claro, a presença de humanos no Planeta Vermelho. No entanto, a série é estritamente baseada em fatos científicos, cuidadoso de qualquer relação mais íntima com a ficção científica. “Não pude usar nada que não fosse um retrato exato, de acordo com os especialistas, do que uma futura missão a Marte seria”, afirma o mexicano Everardo Gout, diretor da série.
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A ação se dá em dois planos: em 2016 – com um raio x das tentativas (na vida real) de se desenvolver tecnologia para chegar a Marte – e em 2033 – com o sonho realizado na ficção, com os astronautas comandados pelo americano Ben Sawyer (papel de Ben Cotton) às vésperas da maior aventura de suas vidas.
Na tripulação da nave espacial Dédalos, não por acaso, há um hidrólogo espanhol, uma bioquímica francesa, um engenheiro nigeriano e uma geóloga russa. A ideia de que nações diversas vão superar suas divergências com o objetivo de unir forças para a conquista do espaço, tema caro a Scott durante as filmagens de Perdido em Marte, também é central na narrativa da série da Nat Geo.
O produtor Michael Rosenberg, parceiro de Howard e Glazer na Imagine Entertainment conta que a equipe conversou com astronautas, cientistas de várias áreas, historiadores. “Todos concordaram em dois aspectos: o de que a única saída para a conquista do espaço será a cooperação entre grandes potências rivais e entre a iniciativa privada e os Estados. Eles não têm a menor dúvida de que a humanidade vai colonizar Marte em um futuro próximo. Alguns até apostaram que estamos sendo tímidos na série, que isso ocorrerá antes mesmo de 2033”, diz.

Gout relata que, quando foi convidado para dirigir Marte, Ron deixou claro que a visão seria dada pelo diretor. “Mas sua participação crucial foi filosófica. Ele me disse que deveria olhar mais para o céu. Um exercício howardiano é o de passar cinco minutos, todos os dias, olhando para as estrelas e refletir sobre a nossa insignificância”, afirma.

Vivendo um personagem livremente inspirado em Elon Musk, um dos criadores da Space X, ator Olivier Martínez afirma que os humanos dominaram a Terra e o espaço é, claramente, a próxima fronteira, seja por nossa propensão à utopia ou falta de humildade. “ A pergunta agora é o que faremos com a possibilidade de colonizar Marte. Repetiremos nossos erros? A resposta, quem sabe, você terá na segunda temporada.”