The crown não se destaca pelo ineditismo. Ao contrário, revisita a realeza britânica, universo bastante explorado pela cultura pop. A nova série original da Netflix, no entanto, chama a atenção por ser um projeto ambicioso.
Com 10 episódios, a produção custou US$ 130 milhões e é considerada a mais cara desenvolvida pelo serviço de streaming. Ultrapassou o épico Marco Polo e teria valores superiores aos de The get down, ambos da mesma plataforma. O site especializado The Daily Beast crava: é o seriado mais caro da televisão atual.
A rainha Elizabeth II, de 90 anos, é a personagem central do seriado, disponível a partir deste sábado, 5, na Netflix. A primeira temporada se restringe aos primeiros anos de reinado dela. A atriz Claire Foy (Caça às bruxas, Wolf hall) faz o papel de Elizabeth, que se casa com o duque de Edimburgo, Philip Mountbatten (Matt Smith, de Doctor who).
A cerimônia é o ponto de partida da trama ambientada logo depois da Segunda Guerra Mundial. Os príncipes Charles, Anne, Andrew e Edward são frutos da união.
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The crown equilibra aspectos políticos e dramas pessoais, fatos reais e ficcionais. A trama foi escrita por Peter Morgan, roteirista do longa-metragem A rainha (2006), dirigido por Stephen Frears. O diretor é Stephen Aldry (Billy Elliot e As horas). Ainda não há confirmação oficial da segunda temporada, mas prevê-se que serão seis, abordando o reinado de Elizabeth até os dias de hoje.
PRÁTICA Em uma das cenas emblemáticas da série, Elizabeth II (Claire Foy) experimenta pela primeira vez a coroa real. Pergunta a um funcionário do Palácio de Buckingham se pode pegar a preciosidade emprestada, "para ganhar prática". Ele reage: "Mas, minha senhora, pegar emprestado de quem?".
"Elizabeth jamais imaginou que seu pai iria morrer tão novo, aos 56 anos. A coroa caiu no colo, ou melhor, na cabeça dela. É assim que começo a contar minha história", diz Peter Morgan. "Não há como sair dessa experiência sem pensar na rainha de carne, osso e coroa como uma mulher que, com erros e acertos, doou sua vida ao país. É essa história que será contada dos anos 1940 até hoje", revela a atriz Claire Foy.
Os outros papéis couberam a Vanessa Kirby (princesa Margaret) e Eileen Atkins (Mary, avô da rainha). Porém, nenhum dos atores brilha tanto quanto Alex Jennings, o Duque de Windsor, antes rei Eduardo VIII, que abdicou do trono em 1936 para viver o romance proibido com a americana Wallis Simpson. A interpretação repleta de nuances de Jennings vale o novelão de Morgan. (Com AG)
BUCKINGHAM NO CINEMA
. A RAINHA (2006)
A morte da princesa Diana representa um desafio político para a rainha Elizabeth II (Helen Mirren), que se isola, não compreende a comoção dos britânicos e repudia o carnaval midiático em torno da tragédia. O primeiro-ministro trabalhista Tony Blair (Michael Sheen) tem a complicada missão de aproximar a soberana do povo e evitar uma crise. Helen Mirren (foto) ganhou o Oscar em 2007 por sua atuação. Stephen Frears dirigiu o longa.
. O DISCURSO DO REI (2010)
Conta a história do rei George VI (Colin Firth, foto), pai da rainha Elizabeth II. Gago, ele se vê obrigado a assumir o trono quando o irmão, o rei Eduardo VIII, abdica para se casar com uma plebeia norte-americana. Consegue vencer a gagueira com a ajuda de Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta anticonvencional. Em 2011, a produção levou os Oscars de melhor filme, diretor (Tom Hooper), ator (Colin Firth) e roteiro original (David Seidler).