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Jô Soares compara black blocs a nazistas e provoca debate

Apresentador convidou pesquisadores do tema para falar sobre a tática de protesto

Diário de Pernambuco
Apresentador chamou o livro dos pesquisadores de ''completamente parcial''. - Foto: Rede Globo/Divulgação
 
 
Os black blocs foram tema de debate na noite de segunda-feira, 10, durante o Programa do Jô. O apresentador convidou para atração a socióloga Esther Solano e os jornalistas Bruno Paes Manso e Willian Novaes, que estão lançando o livro Mascarados: A verdadeira história dos adeptos da tática black bloc.

Jô Soares classificou a tática de protesto como ''tenebrosa'' e foi corrigido pela socióloga, que rebateu: ''Nem é tanto assim''. Ao longo da entrevista, a pesquisadora e professora, ao lado dos jornalistas, tentou desmistificar o movimento, afirmando que a visão interna proporcionou um novo ponto de vista.

O apresentador diz ter visto muitos manifestantes usando suásticas e agindo de maneira violenta. O trio, todavia, diz que essa parcela do movimento não pode ser tomada como maioria. ''O livro tira esse estigma, desmistifica os black blocs no Brasil, criou-se muita expectativa e não era quase nada disso que se pintou'', defendeu Bruno Paes.

 
Esther fala sobre a falta de atenção dada pela imprensa às manifestações pacíficas, que justifica os protestos mais agressivos dos black blocs. ''Eles têm uma narrativa de violência para chamar a atenção da imprensa e falar duas coisas. Quebram banco e McDonalds para mostrar primeiramente como o sistema é agressivo. Depois, os jornalistas não vão na quebrada, mas vão na paulista'', fala ela.

Um dos pontos abordados por Jô por várias vezes durante a entrevista é a comparação do movimento mascarado com o nazismo.
A pesquisadora discorda: ''Desculpe, mas comparar os black blocs com um movimento extremamente violento como o nazista é desonesto. Violência contra objetos, principalmente, com um extermínio, né? Não é equilibrado''.

Jô se justifica afirmando que, na verdade, estava comparando o início do nazismo e não a fase do extermínio judeu. ''Tô falando do começo, do 'quebra-quebra' das lojas dos judeus. Era uma semente. O que me preocupa nos black blocs é que não é um movimento de 80 pessoas, é um movimento mundial'', falou relembrando a Guerra Civíl da Espanha.

Os escritores voltam a estabelecer o movimento como uma tática de protesto de rua para reivindicar conquistas sociais. ''Não é um grupo com ideologia, é uma tática de rua de protesto. Eles eram acima de tudo, uma prática'', comentou um dos jornalistas em relação às conexões mundiais dos black blocs apontados por Jô.

Nas redes sociais, os comentários do apresentador, que chegou a chamar o livro de ''completamente parcial'', repercutiram. Muitos não concordaram com Soares, chamando-o de grosseiro. ''Patético Jô Soares querer cagar regra do que é ou não é o Black Bloc diante de três pesquisadores que mergulharam no tema. Esperava mais'', disse um internauta. Houve, também, quem concordasse: ''Jô Soares dando um show nesta noite. Sentando a 'pua' nos vagabundos dos Black Blocs. Parabéns Jô.
Cada vez mais seu fã''.
 
 
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