Malu Mader volta às novelas e anuncia planos como cineasta

Atriz que interpreta Rebeca em Haja coração e já dirigiu documentário sobre a vida da artista plástica Maria Martins, quer ter novas experiências no comando de alguma obra

por Estado de Minas 05/06/2016 10:00

Ramon Vasconcelos/TV GLOBO
Prestes a completar 50 anos a atriz diz que quer se aperfeiçoar na direção (foto: Ramon Vasconcelos/TV GLOBO)
Ao longo da carreira, Malu Mader fez mais papéis dramáticos do que cômicos. Longe das novelas desde 2013, quando interpretou Rosemere em Sangue Bom, a atriz retorna agora aos folhetins em Haja coração, novela das 19h da Globo, para dar vida à Rebeca, uma mulher elegante que, após a morte do marido, volta ao Brasil sem dinheiro. Malu admite que gosta de comédia, embora não esteja tão habituada a este tipo de trabalho. Mesmo assim, garante, está preparada para criar situações cômicas ao lado de Ellen Rocche e Carolina Ferraz.

“Tem coisa melhor do que divertir as pessoas? Tem muita gente que faz isso com maestria e eu, normalmente, não sou convidada para fazer comédia. Ao longo da minha vida, fiz mais drama do que comédia”, diz a atriz, que completa: “Se eu me acho divertida? É difícil ter uma opinião tão precisa a respeito da gente mesmo, mas alguns amigos me acham engraçada. Mas não sei se é generosidade deles. Quando a gente está com quem gosta, enxergam o nosso melhor.”

Prestes a completar 50 anos, Malu afirma que isso não a preocupa, pois acha que envelhecer é difícil para qualquer pessoa. Com leveza e tranquilidade, a atriz diz que, além de atuar, gostaria de ter novas experiências como diretora. Ela já esteve à frente de um documentário sobre a vida da artista plástica Maria Martins, de alguns clipes, de um programa para o Multishow e até entrou como estagiária na equipe de José Luiz Villamarim, diretor de O rebu.

“Quero aprender, porque encarar um filme de ficção dirigindo não é fácil. Até grandes diretores demoram para se aventurar. Porque isso é uma coisa que você tem que estar muito segura do teu roteiro, da tua equipe, para depois captar. É uma longa estrada. Nunca fantasiei dirigir novela. Sempre que me imagino dirigindo é uma obra fechada, que a gente tem um domínio sobre o que está fazendo”, confessa.

COMÉDIA ROMÂNTICA

Em Haja coração, Malu faz o papel do grande amor de Aparício (Alexandre Borges), que a largou para se casar com a rica Teodora Abdala (Grace Gianoukas). Por sua personagem não fazer um humor pastelão, a atriz está confiante no resultado das cenas, que tendem para uma comédia de situação.


“É uma novela cômica. O meu lado não é aquela comédia rasgada. É mais uma comédia romântica, o que me agrada bastante. É uma área que acho que posso ir tranquila”, conclui.

 Sérgio Zalis/TV Globo
Sérgio Zalis/TV Globo (foto: Sérgio Zalis/TV Globo)
 

DE MOCINHA A FEMINISTA

 

Com uma lista longa de mocinhas românticas, Malu Mader diz que esse tipo de papel nunca lhe incomodou por terem sido grandes oportunidades. A atriz acredita que um ator é construído a partir das histórias das quais participa. Por isso cita que trabalhar com autores que sempre admirou, como Gilberto Braga, Cassiano Gabus Mendes, Walther Negrão e Antônio Calmon, a deixou muito satisfeita.

“Não posso reclamar porque trabalhei bastante com um grande autor que é o Gilberto Braga. Fiz novelas de outros autores que também admiro. Era pirada no trabalho do Cassiano desde pequena. Quando fui fazer uma novela dele logo de cara, fiquei tão feliz”, conta, entusiasmada.

Para Malu, o que ajuda um ator a fazer um bom trabalho é acreditar plenamente no projeto em que está inserido. Com a intenção de emocionar e propor reflexão, a atriz gosta de dar vida a personagens que toquem seu coração e que, de alguma forma, sejam significativos, como a inesquecível Lurdinha, de Anos dourados, e Maria Lúcia, de Anos rebeldes.

“Foram minisséries muito feministas. As personagens femininas começam de um jeito e terminam de outro completamente diferente por causa das experiências pelas quais passam. Em 1950, as mulheres eram discriminadas por fumar, por serem desquitadas. Já Anos rebeldes foi no período dos caras pintadas. Então, foram trabalhos de relevância”, avalia.

 

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