O mês de conscientização da escoliose vem aí!

Se mais pessoas souberem da existência dessa doença e dos sinais, o diagnóstico será feito mais cedo e o tratamento fica mais fácil

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(foto: Freepik)

Junho será um mês muito importante para a ortopedia mundial pois é o mês de conscientização sobre a escoliose. Para quem não sabe, a escoliose é um termo muito amplo e se refere a uma deformidade na coluna vertebral - quando você olha alguém de frente ou de costas e observa que a coluna está desviada.

Essa semana tive a oportunidade de conversar mais a fundo com os colegas especialistas em coluna, Daniel Cunha e André Castilho, e com a fisioterapeuta Isabella Campolina, sobre um simpósio que eles vão organizar sobre a conscientização da escoliose, que acontecerá no dia 17 de junho no Hospital MaterDei. A entrada do evento é franca e profissionais da saúde e pacientes serão bem-vindos.

Abaixo compartilho algumas perguntas que fiz e que Daniel Cunha me respondeu sobre esse importante tema:

Qual a causa da escoliose?

Existem várias causas de escoliose. A mais frequente é a escoliose idiopática do adolescente. Idiopático é um termo que quer dizer sem causa definida. Assim, essa é uma deformidade que acontece na coluna de um jovem previamente sadio. Essas deformidades tendem a ser silenciosas, podem causar alterações muito importantes se não tratadas.

Em que idade isso acontece?

A maioria dos pacientes começa a apresentar sintomas antes da puberdade, nas meninas entre os 10 e 13 anos e meninos entre 12 e 14 anos, mas é no estirão de crescimento que as alterações se intensificam.

E os sintomas?

A escoliose não costuma causar dor. Às vezes, mesmo com curvas grandes, é possível ver adolescentes totalmente assintomáticos. O que é perceptível são as alterações no corpo da ou do adolescente. É possível observar assimetria na altura dos ombros, a bacia desnivelada, uma escápula mais proeminente. Algumas meninas podem perceber uma mama maior que a outra.

Como é feito o diagnóstico?

Normalmente um dos pais ou mesmo um professor observa alguma das alterações que leva a pensar em escoliose. Um ombro mais elevado, a escápula mais proeminente ou mesmo a giba. Quando existe essa suspeita, o ideal é encaminhar o paciente para um ortopedista especialista em coluna. Esse médico vai solicitar um raio-x da coluna e com esse exame é possível fazer o diagnóstico.

Como é o tratamento?


O tratamento depende do tamanho da curva e da idade do paciente. Em curvas muito pequenas, não há necessidade de usar o colete. Atualmente, recomendamos fisioterapia com exercícios específicos para escoliose. Em curvas maiores podemos lançar mão de colete se o adolescente estiver em fase de crescimento. Agora, se a curva for realmente muito grande, pode ser necessário até cirurgia. Assim, é fácil perceber que um dos fatores mais importante no tratamento da escoliose é o diagnóstico precoce.

Por isso existe o mês de conscientização da escoliose. Se mais pessoas souberem da existência dessa doença e dos sinais que devem observar nos filhos, o diagnóstico será feito mais cedo e o tratamento fica mais fácil.