Tema polêmico, meus caros leitores. Mas para quem acompanha minha coluna aqui, sabe que são esses os que eu mais gosto de falar. Palmilha é quase um Cruzerio X Atlético em alguns debates. Alguns amam e outros odeiam. Mas, paixões à parte, vamos trazer um pouco de ciência ao assunto?
As palmilhas são dispositivos utilizados sob os pés, fabricados sob medida ou não, com o objetivo teórico de melhorar algum aspecto biomecânico ou aliviar algum sintoma doloroso.
Fato é que, desde o surgimento dessa "ideia", a coisa virou uma panaceia. Existem profissionais que indicam palmilhas para definitivamente todos os pacientes, com dor ou não, com quaisquer problemas que forem, para tratar coisas dos pés e fora deles, indo tão longe quanto a articulação temporomandibular, que fica na boca (isso mesmo, na boca), basendo-se em pseudo ciência ou em experiência profissional "ampla". Essa prescrição quase se aproxima mais do comércio do que com o cuidado em saúde.
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Cito aqui breve exemplo de paciente com uma deformidade rígida em planismo do pé (pé chato, mais duro) que tenta usar uma palmilha sob medida que fatalmente piora sua dor e se arrepende de ter investido tanto nesta órtese.
Existe um grupo de fisioterapeutas canadenses, inclusive, que abomina o uso de palmilhas, de qualquer tipo e para qualquer uso, com a ideia de que elas enfraquecem os músculos do pé, denominados Foot Core, ou Core do pé. Quem tiver interesse, pode acessar bastante conteúdo deles no @thefootcollective.
Por outro lado, tem vários pacientes que se beneficiam com o uso de palmilhas, bem prescritas e bem indicadas, preferencialmente por um curto período de tempo. Sou partidário da ideia de que a palmilhação definitiva do pé pode ser deletéria em vários casos e acaba sendo uma opção fácil e rápida para o paciente, mas que cobra o seu preço depois.
Cuidem dos seus pés, são eles que te levam cada vez mais longe!
Dr. Tiago Baumfeld: tiago.baumfeld@gmail.com