'O médico é bom, mas é grosso'

Uma boa relação médico paciente, com evidência científica de qualidade, impacta positivamente nos resultados dos pacientes

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'Uma das maiores qualidades que ele vê em um médico é a amabilidade e a disponibilidade' (foto: Freepik)


Ouço isso com freqüência de vários pacientes em relação a experiências anteriores com outros profissionais, o que tem me levado cada vez mais a refletir e pensar o que verdadeiramente é ser um “bom médico”.

Classicamente, esse adjetivo “bom” é referido à competência técnica do profissional. Mas afinal, isso basta para que um paciente melhore por completo? Já é de conhecimento solidificado na medicina que todas as doenças tem componentes biopsicosociais que precisam ser abordados em conjunto para que o paciente tenha bons resultados. No mesmo sentido, sabe-se que uma boa relação médico paciente, com evidência científica de qualidade, impacta positivamente nos resultados dos pacientes.

Na minha vida, não precisei ser convencido por evidências de que os pacientes precisam ser acolhidos e tratados com carinho. Meu pai, pediatra de mão cheia, me ensinou na prática como uma paciente bem acolhido se acalma, aceita o tratamento, recupera e cura.

E é esse para mim o verdadeiro sentido da Medicina: médicos que curam (muitas vezes o corpo e a alma). Competência técnica dá ao médico o poder de tratar, mas nunca de curar verdadeiramente um indivíduo. Aprendi em casa também com meu irmão que uma das maiores qualidades que ele vê em um médico é a amabilidade e a disponibilidade. E ele tem razão: os pacientes precisam se sentir seguros, protegidos, e, obviamente, precisam conseguir acessar o profissional que vai indicar o melhor caminho a ser seguido.

Não existe mais espaço na medicina para médico bom e grosso. A empatia é também uma habilidade a ser desenvolvida durante a formação e tem de fazer parte das características básicas de um verdadeiro bom médico.

 

Tem sugestões e dúvidas? Mande pra mim, no tiago.baumfeld@gmail.com