A gravidez já é um momento delicado na vida da mulher e, como acidentes não avisam quando vão acontecer, não é incomum que mulheres gravidas sofram fraturas e necessitem de tratamento. Obviamente que, nesses casos, a gravidez é levada em consideração para a tomada de qualquer decisão.
Durante esse período, sempre que possível, o ortopedista optará pelo tratamento conservador dessas fraturas, ou seja, sem cirurgia. Isso ocorre devido aos riscos anestésicos, dificuldade de manejo da analgesia pós operatória e diminuição da exposição à radiação ionizante. Isso é levado de forma ainda mais rígida no primeiro trimestre de gravidez, ou no final da mesma, devido aos riscos maiores ao feto em desenvolvimento. A maioria das cirurgias ortopédicas que abordam fraturas utilizam intensificador de imagens durante o procedimento cirúrgico, o que pode ser um risco para a má formação fetal.
Em alguns casos, entretanto, a cirurgia é necessária devido ao padrão de fratura e risco de sequela grave à mãe caso a fratura não seja abordada cirurgicamente. Quando isso ocorre, uma abordagem multidisciplinar é imprescindível para o melhor cuidado da mãe e do bebê, e deve envolver a equipe de Ginecologia, Ortopedia e Anestesia.
Mas calma. Não se desespere. Fazer uma cirurgia na gravidez não é o fim do mundo. Hoje já existem várias técnicas anestésicas que minimizam os riscos da indução anestésica e várias técnicas ortopédicas para diminuir o tempo cirúrgico, realizar abordagens minimamente invasivas e reduzir a exposição à radiação, priorizando sempre a saúde da mãe e do feto.
Na dúvida, se aconselhe sempre com seu ortopedista de confiança.