Você acredita em tudo que você lê aqui nas colunas de saúde?

Acredite: a maioria das informações sobre saúde publicada em nível acadêmico - artigos científicos - é falsa!

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Duvidar é fundamental na Ciência (foto: Pixabay)


Você é daqueles que toma como verdade a notícia pelo título? Vai até o resumo? Lê até o final? Cuidado, meus amigos! Mesmo para vocês que leem tudo até o final, eu tenho uma informação que pode mudar a forma com que você "aceita" as informações sobre saúde: a maioria das informações sobre saúde publicada em nível acadêmico (artigos científicos) é falsa!

É isso mesmo que você leu e essa constatação não é nova. Em 2005, o Plos Medicine publicou um artigo intitulado "Why most published research fidings are false", que explica aos leitores o porquê de a maior parte de informação publicada carece de veracidade: pelo método científico utilizado. Isso quer dizer que, apesar de muitos artigos concluírem positivamente sobre tratamentos para doenças sérias como câncer, doenças cardiovasculares, entre outras, os métodos científicos falhos podem invalidar essas conclusões. 

Desenhar um estudo com uma boa metodologia científica não é fácil; leva tempo, estudo, dedicação, experiência e acima de tudo um ar de ceticismo. Isso mesmo, ceticismo. O ceticismo é benéfico para o desenvolvimento científico, não por desacreditar em tudo, mas simplesmente por, antes de acreditar em algo, sempre colocar o olhar da dúvida primeiro. Ou seja, antes de acreditar em algo, é necessário duvidar, questionar. Somente com um método científico bem estabelecido é possível chegar a conclusões verdadeiras, que realmente impactam na saúde da população. Acreditar em uma afirmação simplesmente porque a mesma é coerente é a antítese do método científico. Nem sempre algo extremamente coerente está correto.

Não quero com isso que você se sinta desamparado nesse mar de informações que temos na internet. O que quero te dizer é que, se mesmo na esfera acadêmica há muita informação falsa, na internet isso se torna exponencial. Portanto, você, meu caro leitor, deve incorporar um pouco das características de um bom pesquisador e tornar-se pragmaticamente um pouco cético também. Questione as fontes das informações que você lê e questione o que está lendo, mesmo se houver coerência (risos).

Uma dica para os leigos é seguir informações chanceladas pelas sociedades médicas, organizações nacionais e internacionais e que fujam de modismos. De qualquer forma, nem mesmo uma informação bem chancelada está isenta de erros nos métodos científicos e de conclusões equivocadas, mas já é um bom filtro.

Não abandonem nunca o senso crítico ao ler sobre tratamentos aparentemente milagrosos. Talvez essa seja a melhor forma de fugir de uma enrrascada!