O atleta amador, diferentemente do atleta profissional, não está sujeito a regulação antidoping e, por isso, não é incomum que vários já tenham ouvido ou até mesmo realizado uma infiltração para algum tipo de alívio de dor antes de um evento esportivo. Mas, afinal, isso é possível? Está certo?
Para começo de conversa, vamos entender como funciona a regulação antidoping para atletas profissionais. A WADA (World Anti-doping Agency) testa atletas profissionais no sentido de coibir o uso de substâncias que têm potencial de melhorar a performance, têm o potencial de causar risco para a saúde ou que violam o espírito esportivo.
Isso incluiu desde substâncias anabolizantes, diuréticos, substâncias que induzem alterações no sangue e o famigerado corticóide, substância que motivou hoje o tema dessa coluna. A proibição dessas substâncias visa, no âmbito profissional, tornar o ambiente competitivo justo e coibir a busca desenfreada por performance e vitórias que podem acabar colocando a vida do atleta em risco.
Leia Mais
Cirurgia robótica para prótese de joelho: realidade próxima para mineirosUma doença significativa pode realmente limitar os objetivos esportivos?Esporão tem cura?'Não consigo usar sapatos de salto alto por causa do joanete'Correr com o melhor tênis de corrida é o que vai fazer correr mais rápido?Fraturei meu tornozelo, preciso operar?Do outro lado da moeda, o bom senso deve nos guiar para o uso de algum medicamento que seja formalmente proibido em ambiente profissional nos atletas amadores.
Acompanhem comigo: corredor amador, treinando há 6 meses para sua primeira maratona, conseguindo bater suas metas, todo planejamento feito, passagens compradas, inscrição feita. A primeira maratona se aproxima. Na semana anterior da prova, uma dor não esperada, de característica inflamatória, não associada a lesão anatômica específica, passa a incomodar e até mesmo limitar pequenos treinos. O que fazer? Desistir da prova? Interromper os treinamentos e torcer pelo melhor?
Não tenho dúvidas que os avanços da medicina estão aí para serem utilizados e possibilitar a esse corredor a tão sonhada primeira prova de maratona. Óbvio que a decisão de infiltrar ou de tomar algum medicamento deve ser orientada e realizada por profissional habilitado, que tenha prática com atletas e que considere os riscos e benefícios e que, em primeiro lugar, não exponha o atleta a riscos a sua saúde, que deve vir sempre em primeiro lugar (até mesmo mais do que cruzar a linha de chegada).
Se cuidem, meus amigos!