O pulmão é um órgão complexo, cuja função principal é a troca de gases. É o maior órgão do corpo humano e desempenha um papel fundamental na oxigenação de todos os órgãos. Devido à sua estrutura, composição celular e microambiente dinâmico, é difícil de ser reproduzido em laboratório.
Um laboratório especializado desenvolveu uma nova geração de modelos in vitro com foco na modelagem do pulmão e suas doenças. Depois de um primeiro sistema bem-sucedido exibindo características essenciais do pulmão, um pulmão artificial de última geração puramente biológico foi desenvolvido.
O novo pulmão reproduz uma matriz de alvéolos com dimensões semelhantes às humanas reais. É baseado em uma membrana fina e extensível, feita com moléculas encontradas naturalmente no pulmão: colágeno e elastina. A membrana é estável, pode ser cultivada em algumas semanas e suas propriedades elásticas permitem imitar os movimentos respiratórios.
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Como uma vantagem adicional, o novo pulmão pode reduzir a necessidade de pesquisas baseadas em modelos animais, que nem sempre mantêm os mesmos resultados quando aplicadas em humanos. A longo prazo, existe a possibilidade de personalizar modelos para pacientes específicos, semeando órgãos com suas próprias células.
Além das aplicações farmacêuticas, os órgãos de laboratório são vistos como tendo o potencial de serem usados %u200B%u200Bna medicina de precisão para testar as células do próprio paciente, a fim de definir a melhor terapia.
Com ferramentas limitadas para o estudo da fibrose, os cientistas têm lutado para desenvolver um medicamento para tratar a doença. Até o momento, existem apenas dois medicamentos já aprovados para uso, Pirfenidona e Nintedanibe, que ajudam a retardar seu progresso.
Entretanto, ambas as drogas tratam apenas um tipo de fibrose pulmonar, a fibrose pulmonar idiopática, sendo que existem vários outros tipos de fibrose pulmonar.
Além disso, as ferramentas existentes não simulam a progressão da fibrose pulmonar ao longo do tempo.
Utilizando o pulmão de laboratório, pesquisadores induziram a fibrose ao introduzir uma proteína que faz com que as células pulmonares saudáveis %u200B%u200Bfiquem doentes, levando à contração e enrijecimento do tecido pulmonar modificado. Isso imita a cicatrização do tecido alveolar do pulmão em pessoas que sofrem da doença.
Os pesquisadores testaram a eficácia do sistema com Pirfenidona e Nintedanibe. Embora cada medicamento funcione de maneira diferente, o sistema mostrou resultados positivos para ambos, sugerindo que a tecnologia do pulmão de laboratório poderia ser usada para testar uma variedade de tratamentos potenciais para a fibrose pulmonar.
*Dr.Silvio Musman
Médico especialista em Pneumologia, Medicina do Esporte e do Sono