A radiação ultravioleta é um método comum de matar bactérias e vírus. Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv provaram que o novo coronavírus, SARS-CoV-2, pode ser morto de forma eficiente, rápida e barata usando diodos emissores de luz ultravioleta (UV) (UV-LEDs) em frequências específicas.
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A ciência, a medicina e a pandemiaComo o coronavírus é transmitido? Tome cuidado!Não é tão simples assim: os desafios da vacina contra o coronavírusEles afirmaram que as lâmpadas UV-LED levam menos de meio minuto para destruir mais de 99,9% dos coronavírus.
O estudo é o primeiro desse tipo no mundo. Um artigo sobre isso foi publicado no início deste mês no Journal of Photochemistry and Photobiology.
Muito já se escreveu sobre a Dra. Mamane. Ela apresentou na Conferência de Pesquisa 2020 do Boris Mints Institute sobre seu envolvimento na construção de uma "parede verde" de 30 metros na universidade, que se destina a criar um ecossistema sustentável para resíduos, energia e água.
A parede também serve como um laboratório vivo para analisar os usos da água cinza (águas residuais geradas em pias, chuveiros, banheiras e máquinas de lavar) na absorção de dióxido de carbono, bem como os efeitos na transferência de calor e geração de energia em edifícios antigos que são abundantes em ambientes urbanos.
No início da crise do coronavírus, essa mesma equipe de pesquisa desenvolveu um sistema de baixo custo e não poluente de produzir etanol, e um desinfetante para as mãos à base de álcool à partir de resíduos de origem vegetal, como restos de alimentos vegetais, palha e fibras de resíduos de papel.
Os LEDs estão disponíveis em uma ampla gama de comprimentos de onda, conhecidos como A, B e C.
O UV-A tem um comprimento de onda na faixa de 315 nanômetros (nm) a 400 nm. UV-B, também conhecido como luz de onda média, tem um comprimento de onda de 280-315 nm; UV-C tem um comprimento de onda de 200-280 nm.
O UV-A é emitido pelo sol e por fontes artificiais como camas de bronzeamento e é mais fraco do que o UV-B e C. Tem alguns benefícios para o homem, como a produção de vitamina D mas também é o que causa queimaduras solares e, em alguns casos, câncer de pele.
A radiação UV-B e C nunca atinge os humanos naturalmente porque esses raios são absorvidos pela camada de ozônio da Terra.
Esses comprimentos de onda ultravioleta, que são o que os pesquisadores de Tel Aviv estavam examinando, são especialmente eficazes na desinfecção com lâmpadas UV-LED.
Sabemos que as equipe médica e demais profissionais de saúde não têm tempo para desinfetar manualmente teclados de computador e outras superfícies em hospitais e o resultado é infecção e quarentena. Os sistemas de desinfecção baseados em lâmpadas de LED podem ser instalados no sistema de ventilação e ar condicionado, por exemplo, e esterilizar o ar aspirado e, em seguida, devolver ao ambiente.
Também está em desenvolvimento um revestimento transparente que pode ser aplicado ou pulverizado em superfícies e pode matar vírus usando LEDs de luz visível que não são perigosos, fornecendo outra aplicação para LEDs regulares.
Na pesquisa, a equipe conseguiu matar o vírus usando lâmpadas LED mais baratas e disponíveis, lâmpadas de 285 nm que consomem pouca energia e não contêm mercúrio como as lâmpadas UV normais.
Com o desenvolvimento da ciência, a indústria poderá fazer os ajustes necessários e instalar as lâmpadas em sistemas robóticos, ou seja, sistemas de ar condicionado, vácuo e água, podendo assim desinfetar com eficiência grandes superfícies e espaços.
As lâmpadas de LED de 285 nm são 15% a 30% mais baratas e requerem apenas um pouco mais de tempo para serem eficazes.
Qualquer coisa que possa reduzir o custo pode ajudar na difusão e utilização do sistema.
Além da questão do custo, os LEDs UV têm uma vantagem porque podem ser ligados e desligados em um instante.
Os LEDs UV têm um grande futuro. Claro, como sempre, quando se trata de radiação ultravioleta, é importante deixar claro para as pessoas que é perigoso tentar usar esse método para desinfetar superfícies dentro de casa. É preciso saber como projetar esses sistemas e como trabalhar com eles para não ficar diretamente exposto à luz.
Com essa descoberta sistemas de higienização e desinfecção de grandes ambientes será possível, eliminando o coronavírus do ar que respiramos, reduzindo a disseminação do vírus, o número enorme de infecções e contribuindo em associação à vacina e à “imunização de rebanho” para um retorno mais breve à normalidade.
Dr.Silvio Musman
Médico especialista em pneumologia, medicina do esporte e do sono