A pandemia do novo coronavírus tem tido como efeito colateral uma redução na atenção em relação a diversos problemas de saúde coletiva e individual.
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Tuberculose, ou TB (abreviação de bacilo tubercular) é uma doença infecciosa prevalente e, em muitos casos letal, causada por várias cepas de micobactérias, mas geralmente o Mycobacterium tuberculosis.
A tuberculose na grande maioria dos casos ataca os pulmões, mas também pode afetar outras partes do corpo como cérebro, rins, fígado, ossos e gânglios linfáticos.
O bacilo se espalha pelo ar quando as pessoas que têm uma infecção ativa por TB tossem, espirram ou transmitem sua saliva pelo ar. A maioria das infecções em humanos resulta de uma infecção latente assintomática (reativação de um foco dormente) e cerca de uma em cada dez infecções latentes eventualmente progride para uma doença ativa que, se não tratada, mata mais de 50% das pessoas infectadas.
A outra forma possível de desenvolvimento da doença é pela aquisição do bacilo de uma pessoa com doença ativa pulmonar.
Os sintomas clássicos são tosse crônica com expectoração com sangue, febre, suores noturnos e perda de peso.
A infecção de outros órgãos causa uma ampla gama de sintomas. O diagnóstico baseia-se em radiologia (geralmente radiografias do tórax), exame cutâneo de tuberculina (PPD) e exames de sangue. Mas o diagnóstico definitivo é feito com o isolamento do bacilo da tuberculose em secreções (escarro) no exame microscópico direto ou através da cultura microbiológica de fluidos corporais.
O tratamento é difícil e requer longos ciclos de antibióticos múltiplos com duração não inferior a seis meses.
Os contatos sociais e em especial familiares e crianças também são rastreados e tratados, se necessário.
A resistência a antibióticos é um problema crescente na tuberculose multirresistente, motivo de grande preocupação e alerta no campo da saúde pública.
A prevenção depende de programas de triagem e vacinação, geralmente com a vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG) que no Brasil faz parte do calendário vacinal obrigatório.
Pensa-se que um terço da população mundial tenha sido infectada com M. tuberculosis, e novas infecções ocorrem a uma taxa de cerca de um por segundo. Em 2007, havia um número estimado de 13,7 milhões de casos ativos crônicos e, em 2010, 8,8 milhões de novos casos e 1,45 milhão de mortes, principalmente nos países em desenvolvimento.
O número absoluto de casos de tuberculose vem diminuindo desde 2006 e novos casos desde 2002. Além disso, mais pessoas no mundo em desenvolvimento contraem tuberculose porque seus sistemas imunológicos têm maior probabilidade de serem comprometidos devido a taxas mais altas de AIDS. A distribuição da tuberculose não é uniforme em todo o mundo; cerca de 80% da população em muitos países asiáticos e africanos são positivos nos testes de tuberculina, enquanto apenas 5 a 10% da população dos EUA é positiva, isto porque a tuberculose é uma doença intimamente associada às condições sócio-econômicas da população.
Se você tem dúvidas sobre esse tema ou quer enviar sugestões, envie email para silviomusman@yahoo.com.br
Dr.Silvio Musman
Médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e dos sono.