Narcolepsia é uma perturbação neurológica crônica caracterizada pela diminuição da capacidade de regulação do ritmo de sono e de despertar.
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Cerca de 70% das pessoas afetadas também manifestam episódios de cataplexia, uma perda súbita de força muscular. Os sintomas podem ser desencadeados por emoções intensas ou ataques de riso.
Ainda que de forma pouco comum, pode também ocorrer paralisia do sono ou alucinações ao adormecer ou acordar.
As pessoas com narcolepsia tendem a dormir aproximadamente o mesmo número de horas que as demais pessoas, embora a qualidade do sono tenda a ser pior.
Desconhece-se a causa exata da narcolepsia, existindo diversas suspeitas.
Em cerca de 10% dos casos existem antecedentes familiares da condição.
Nas pessoas com narcolepsia é frequente observar-se baixos níveis do neuropeptídeo orexina, o que pode ser devido a uma etiologia autoimune. Eventuais traumas, infeções, toxinas ou stresse psicológico podem também estar implicados.
A orexina é responsável por nos manter em vigília e sua deficiência faz com que o sono apareça em momentos nos quais deveríamos estar acordados.
O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e em estudos de sono (polissonografia e teste de múltiplas latências do sono), depois de serem descartadas outras possíveis causas.
A sonolência excessiva durante o dia pode também ser causada por outras condições que perturbam o sono, como apneia do sono, depressão, efeito de medicamentos e privação do sono (não dormir horas suficientes).
A cataplexia pode ser confundida com ataques epilépticos.
Embora não exista cura, os sintomas podem ser atenuados mediante diversas alterações no estilo de vida e uso de alguns medicamentos. Entre as alterações no estilo de vida estão cochilos curtos e regulares e medidas de higiene do sono.
Os medicamentos usados incluem modafinil, oxibato de sódio e metilfenidato. Embora os medicamentos sejam eficazes numa fase inicial, ao longo do tempo a pessoa pode desenvolver tolerância aos seus benefícios.
A cataplexia pode ser melhorada com antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
A doença afeta entre 0,2 e 600 em cada 100 000 pessoas. Na maior parte dos casos a condição tem início na adolescência ou vida adulta inicial e afeta homens e mulheres em igual proporção.
Caso não seja tratada, a narcolepsia aumenta o risco de acidentes automobilísticos e ocupacionais, além de prejudicar de forma significativa o bom funcionamento cognitivo durante o dia.
O termo "narcolepsia" foi usado pela primeira vez em 1880 por Jean-Baptiste-Édouard Gélineau e tem origem no grego nark%u0113, significando "dormência" e lepsis com o significado de "ataque".
Se você tem dúvidas sobre esse tema ou quer sugerir assunto para a coluna, envie email para silviomusman@yahoo.com.br
Dr.Silvio Musman
Médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono