Narcolepsia é uma perturbação neurológica crônica caracterizada pela diminuição da capacidade de regulação do ritmo de sono e de despertar.
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Ainda que de forma pouco comum, pode também ocorrer paralisia do sono ou alucinações ao adormecer ou acordar.
As pessoas com narcolepsia tendem a dormir aproximadamente o mesmo número de horas que as demais pessoas, embora a qualidade do sono tenda a ser pior.
Desconhece-se a causa exata da narcolepsia, existindo diversas suspeitas.
Em cerca de 10% dos casos existem antecedentes familiares da condição.
Nas pessoas com narcolepsia é frequente observar-se baixos níveis do neuropeptídeo orexina, o que pode ser devido a uma etiologia autoimune. Eventuais traumas, infeções, toxinas ou stresse psicológico podem também estar implicados.
A orexina é responsável por nos manter em vigília e sua deficiência faz com que o sono apareça em momentos nos quais deveríamos estar acordados.
O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e em estudos de sono (polissonografia e teste de múltiplas latências do sono), depois de serem descartadas outras possíveis causas.
A sonolência excessiva durante o dia pode também ser causada por outras condições que perturbam o sono, como apneia do sono, depressão, efeito de medicamentos e privação do sono (não dormir horas suficientes).
A cataplexia pode ser confundida com ataques epilépticos.
Embora não exista cura, os sintomas podem ser atenuados mediante diversas alterações no estilo de vida e uso de alguns medicamentos. Entre as alterações no estilo de vida estão cochilos curtos e regulares e medidas de higiene do sono.
Os medicamentos usados incluem modafinil, oxibato de sódio e metilfenidato. Embora os medicamentos sejam eficazes numa fase inicial, ao longo do tempo a pessoa pode desenvolver tolerância aos seus benefícios.
A cataplexia pode ser melhorada com antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
A doença afeta entre 0,2 e 600 em cada 100 000 pessoas. Na maior parte dos casos a condição tem início na adolescência ou vida adulta inicial e afeta homens e mulheres em igual proporção.
Caso não seja tratada, a narcolepsia aumenta o risco de acidentes automobilísticos e ocupacionais, além de prejudicar de forma significativa o bom funcionamento cognitivo durante o dia.
O termo "narcolepsia" foi usado pela primeira vez em 1880 por Jean-Baptiste-Édouard Gélineau e tem origem no grego nark%u0113, significando "dormência" e lepsis com o significado de "ataque".
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Dr.Silvio Musman
Médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono