O último dia 21 de Junho foi o dia mundial de combate à asma.
Você sabe exatamente o que é a doença?
A asma (do grego "ofegante") é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por sintomas variáveis e recorrentes, obstrução reversível ao fluxo aéreo e espasmo da musculatura dos brônquios.
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Pode também ser classificada como atópica (extrínseca) ou não-atópica (intrínseca), sendo que a atópica é a forma que mais se associa aos quadros alérgicos, seja rinite alérgica, seja alergia de pele, surgindo mais frequentemente na infância, podendo desaparecer na adolescência e retornar, ou não, na vida adulta.
Acredita-se que seja causada por uma combinação de predisposição genética e fatores ambientais.
O tratamento dos sintomas agudos geralmente ocorre com o uso de um broncodilatador de ação imediata e curta duração por via inalatória (como o salbutamol) e dependendo da intensidade da crise, um corticoide sistêmico (oral, venoso ou intramuscular).
Os casos que exigem tratamento de longo prazo irão utilizar corticosteroides por via inalatória, associados a broncodilatadores e outros agentes antialérgicos como o Montelikast.
As exacerbações agudas são geralmente precipitadas por fatores (“gatilhos”) químicos, físicos ou biológicos. Entre esses podemos citar como os mais frequentes: viroses respiratórias, sinusites, perfumes, fumaça, cigarro, pêlo e pele de animais (cães, gatos, aves), emoções, estresse, ar frio e seco e até mesmo exercícios físicos aeróbios.
Seu diagnóstico geralmente é feito com base no padrão de sintomas e / ou resposta à terapia ao longo do tempo e com o auxílio do exame de espirometria. A prevalência de asma aumentou significativamente desde a década de 1970. Em 2010, 300 milhões de pessoas foram afetadas em todo o mundo. Em 2009, a asma causou 250.000 mortes em todo o mundo. Apesar disso, com o controle adequado da asma com terapia progressiva, o prognóstico é geralmente bom.
Atualmente com a pandemia mundial do Coronavirus, uma preocupação extra surgiu para os asmáticos quanto ao potencial risco de desenvolverem as formas mais graves da síndrome respiratória aguda grave do COVID-19.
Entretanto, pessoas com asma podem respirar um pouco mais aliviadas pois novas pesquisas sugerem que a condição não aumenta o risco de hospitalização devido ao COVID-19.
Uma revisão dos registros de 10 hospitais afiliados à Northwestern Medicine revelou mais de 1.500 pacientes com COVID-19. Destes, 14% tinham asma.
Usando modelos que consideravam idade, sexo e etnia, enquanto se ajustavam a fatores de risco para asma, como tabagismo e obesidade, os investigadores não encontraram diferença significativa nas chances de hospitalização entre pessoas com e sem asma.
O uso de medicamentos para asma - como corticosteróides inalados e beta-agonistas de ação prolongada - não aumentou o risco de hospitalização. Finalmente, os pesquisadores descobriram que a asma não levou a mais mortes por COVID-19.
"Normalmente, esperamos que pacientes asmáticos apresentem piores resultados, já que a doença viral pode desencadear exacerbações da asma", disse o autor correspondente Dr. Anju Peters, professor de medicina da Northwestern Feinberg School of Medicine, em Chicago.
Mais estudos devem ser feitos para analisar a modulação imune subjacente causada pelo tratamento da asma para ver qual o impacto que isso pode ter nos resultados do COVID-19.
Os resultados foram publicados em 18 de junho no Journal of Allergy.
Se você tem dúvidas sobre asma ou quer mandar sugestão de tema para a coluna, envie email para silviomusman@yahoo.com.br.
Dr.Silvio Musman
Médico especialista em Pneumologia, Medicina do Exercício e do Sono.