Para você que tem dificuldades em acordar seu filho adolescente para ir para a escola pela manhã e fica achando que ele é um preguiçoso, leia o que trazemos abaixo.
Embora a Fundação Nacional do Sono recomende de 8 a 10 horas de sono por noite para adolescentes, mais da metade deles dorme regularmente menos de 7 horas. Dívida do sono, ou seja, a diferença entre o sono biológico e o sono efetivamente dormido, tem consequências que vão muito além de prejudicar o funcionamento diário.
A dívida do sono pode ser prejudicial para várias áreas da saúde física e mental, incluindo associação com risco de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
A biologia circadiana dos adolescentes entra em conflito com os habituais horários escolares fazendo com que a maioria dos estudantes não seja capaz de obter uma quantidade adequada de sono nas noites dos dias escolares.
No início da adolescência, uma mudança neurobiológica nos sistemas circadianos das crianças altera a liberação de melatonina noturna para aproximadamente duas horas mais tarde em relação ao tempo da infância, adiando os ciclos de vigília do adolescente e dificultando que o adolescente adormeça antes das 23h ou acorde antes das 8h.
Infelizmente, escolas de ensino médio tendem a começar muito cedo, deixando os adolescentes sem sintonia com seu ritmo biológico de sono. Em resposta à discordância entre a biologia do adolescente e a estrutura do dia escolar, a Academia Americana de Pediatria divulgou uma declaração em 2014, recomendando que o ensino médio comece às 8h30 ou mais tarde e desde então várias outras organizações de saúde pública emitiram recomendações nesse sentido.
Apesar disso, menos de 15% das escolas começam às 8h30 ou mais tarde. Relatórios comparando alunos do ensino médio que tiveram atraso de início das aulas em aproximadamente 30 a 90 minutos, relatam maior duração do sono noturno. Além disso, evidências desses estudos sugerem que passar o horário de início das aulas para uma hora mais tarde tem uma associação significativa com comportamentos variados como, por exemplo, melhor segurança na direção, melhor desempenho acadêmico, indicadores de saúde mental e aumento na frequência escolar.
Um estudo realizado nos Estados Unidos observou as consequências sobre adolescentes de alteração do horário de início das aulas. A pergunta básica foi: como um atraso no horário de início do ensino médio influencia o sono dos adolescentes?
Neste estudo, 455 estudantes do ensino médio, frequentadores de escolas que mudaram para mais tarde o começo das aulas, foram acompanhados prospectivamente por dois anos. Os resultados mostraram que esses estudantes adolescentes ganharam mais 43 minutos de sono objetivamente medido nas noites escolares, dormiam menos nos finais de semana e mantiveram os mesmos horários de início do sono em comparação com estudantes cujas
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A dívida do sono pode ser prejudicial para várias áreas da saúde física e mental, incluindo associação com risco de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.
A biologia circadiana dos adolescentes entra em conflito com os habituais horários escolares fazendo com que a maioria dos estudantes não seja capaz de obter uma quantidade adequada de sono nas noites dos dias escolares.
No início da adolescência, uma mudança neurobiológica nos sistemas circadianos das crianças altera a liberação de melatonina noturna para aproximadamente duas horas mais tarde em relação ao tempo da infância, adiando os ciclos de vigília do adolescente e dificultando que o adolescente adormeça antes das 23h ou acorde antes das 8h.
Infelizmente, escolas de ensino médio tendem a começar muito cedo, deixando os adolescentes sem sintonia com seu ritmo biológico de sono. Em resposta à discordância entre a biologia do adolescente e a estrutura do dia escolar, a Academia Americana de Pediatria divulgou uma declaração em 2014, recomendando que o ensino médio comece às 8h30 ou mais tarde e desde então várias outras organizações de saúde pública emitiram recomendações nesse sentido.
Apesar disso, menos de 15% das escolas começam às 8h30 ou mais tarde. Relatórios comparando alunos do ensino médio que tiveram atraso de início das aulas em aproximadamente 30 a 90 minutos, relatam maior duração do sono noturno. Além disso, evidências desses estudos sugerem que passar o horário de início das aulas para uma hora mais tarde tem uma associação significativa com comportamentos variados como, por exemplo, melhor segurança na direção, melhor desempenho acadêmico, indicadores de saúde mental e aumento na frequência escolar.
Um estudo realizado nos Estados Unidos observou as consequências sobre adolescentes de alteração do horário de início das aulas. A pergunta básica foi: como um atraso no horário de início do ensino médio influencia o sono dos adolescentes?
Neste estudo, 455 estudantes do ensino médio, frequentadores de escolas que mudaram para mais tarde o começo das aulas, foram acompanhados prospectivamente por dois anos. Os resultados mostraram que esses estudantes adolescentes ganharam mais 43 minutos de sono objetivamente medido nas noites escolares, dormiam menos nos finais de semana e mantiveram os mesmos horários de início do sono em comparação com estudantes cujas
escolas mantiveram inalterados os horários de início das aulas.
Essas observações sugerem que o atraso no horário de início escolar pode ser uma intervenção que pode efetivamente permitir aos adolescentes maior oportunidade de saúde.
Será que não chegou o momento de nossas escolas respeitarem mais a biologia do sono de nossos filhos?
Silvio Musman, médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono.
Será que não chegou o momento de nossas escolas respeitarem mais a biologia do sono de nossos filhos?
Silvio Musman, médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono.