A gravidez é um período especial da vida da mulher e, geralmente, ocorrem muitas mudanças que requerem adaptação e estudo. O corpo passa por transformações estruturais que podem ser permanentes, e a pele por sua vez apresenta características peculiares dessa fase da vida.

Sabe-se que a gestante deve tomar muito cuidado com medicamentos e alimentos, e a prescrição dermatológica também deve ser escolhida com cuidado, em função do risco de alterações fetais causadas por medicações usadas inadvertidamente.

Alguns compostos bastante comuns devem ser evitados na gestação como, por exemplo, o ácido salicílico que está presente na formulação de muitos sabonetes para o rosto. Esse ativo deve ser evitado nas formulações em que encontra-se acima de 2%.

Outro exemplo é o ácido glicólico, que pode sim ser utilizado na gestação, mas sua concentração não deve ultrapassar 10% nos cosméticos para gestantes. Existem compostos que devem ser excluídos, como o ácido retinóico e todos os seus derivados. Os dermocosméticos têm várias especificações e um dermatologista pode orientar sobre os produtos corretos.

Há alguns anos, as gestantes eram proibidas inclusive de pintar os cabelos, mas hoje já existem ótimas opções de pigmentos vegetais parecidos com a famosa henna, com cores muito bonitas – uma marca que está conquistando confiança e admiração é a Inoa.

No caso dos cabelos, uma parceria deve ser firmada entre o salão de beleza, o ginecologista e o dermatologista. Durante a gestação, todo cuidado é pouco quando se trata de produtos para o cabelo, e não se pode confiar em qualquer profissional.

A pele pode se transformar muito, e o surgimento de intolerâncias e alergias é bastante comum. Muitas vezes, a paciente nunca teve dermatite alérgica de contato e na gestação começa a apresentar. Vemos com frequência pessoas que eram alérgicas na infância voltarem a apresentar quadros de atopia e dermatite quando ficam grávidas.

Gosto muito de pedir que as pacientes utilizem sabonetes líquidos infantis para tomar banho, além de evitarem o uso de buchas muito abrasivas e água muito quente. Hidratantes devem ser utilizados durante todo o período. 

Como a pele não estica muito nos primeiros meses, o risco de surgimento de estrias é bem pequeno, então nesse início a gestante pode manter o uso de hidratantes comuns, aos quais já estava acostumada.

Os hidratantes voltados para as gestantes devem ser iniciados a partir da trigésima semana de gestação, e uma boa dica é utilizá-los apenas nas áreas com maior risco de estrias como seios, nádegas e barriga. No restante do corpo pode ser mantido um hidratante comum e com menor preço, pois economia é bem vinda, principalmente no momento da chegada de um bebê!

Um outro tópico muito importante são as manchas. As grávidas estão sob risco de surgimento de novas manchas ou piora de antigas manchas. Durante a gravidez, há o aumento de um hormônio específico que se chama hormônio melano estimulante (MSH) que proporciona um aumento exponencial na chance de surgirem manchas na pele. Para evitar que isso aconteça, a gestante deve usar protetor solar diariamente, se possível com cor no rosto e sem cor no corpo.

Existem também opções de cremes clareadores que podem e devem ser usados na gestação como ácido azeláico, ácido mandélico e ácido glicólico. Por isso, orientamos uma consulta dermatológica no início da gestação, na qual todas as dúvidas são sanadas e a gestante fica mais segura e confiante, e com a autoestima preservada. De todas as possíveis manchas da gestação, o melasma é a mais temida, e sobre esse tópico vamos falar na próxima semana.

Tem alguma dúvida? Escreva para mim: nadiabavoso@hotmail.com