Mulher de 52 anos queixando-se de calores intensos, suores noturnos, insônia, fadiga com repercussão no trabalho, ressecamento vaginal de início há cinco meses procura o médico pedindo uma solução para melhorar a sua qualidade de vida. Menopausa? Climatério?
Chamamos de menopausa a última menstruação considerada após 12 meses sem menstruar. Considerando que a média das mulheres atingem a menopausa aos 51 anos e a expectativa de vida da mulher é em torno de 79 anos, podemos dizer que a mulher estará quase um terço de sua vida no período pós-menopausa.
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Climatério constitui um período de transição entre a fase das menstruações até a pós-menopausa e causado pela redução gradual da função ovariana com diminuição da produção dos hormônios femininos, em especial dos estrogênios, com repercussões endócrinas, psíquicas e orgânicas .
À medida que os níveis de estrogênios declinam, os ciclos menstruais podem ser mais curtos ou mais longos, com sangramento vaginal escasso ou abundante, prolongado ou irregular, aumentando o risco para osteoporose e fraturas, doenças cardiovasculares, doença de Alzheimer, alterações vaginais e de vias urinárias, como ressecamento vaginal, dores às relações sexuais, urgência e dores para urinar ou infecções urinárias de repetição.
Na pele ocorre a diminuição da espessura, redução do conteúdo de fibras elásticas e alterações do colágeno. Ela vai adquirindo aos poucos um aspecto envelhecido, com perda da hidratação, textura, elasticidade e brilho tornando-se enrugada. Nem sempre o climatério é sintomático e, embora 70% a 80% das pacientes informem ondas de calor, os fogachos, somente 25% procuram ajuda médica.
Na pele ocorre a diminuição da espessura, redução do conteúdo de fibras elásticas e alterações do colágeno. Ela vai adquirindo aos poucos um aspecto envelhecido, com perda da hidratação, textura, elasticidade e brilho tornando-se enrugada. Nem sempre o climatério é sintomático e, embora 70% a 80% das pacientes informem ondas de calor, os fogachos, somente 25% procuram ajuda médica.
Os estudos científicos mostram que a terapia de reposição hormonal (TRH) pode minimizar os fogachos e os sintomas genitais e urinários, reduzir a perda óssea e o risco de fraturas, reduzir o risco cardiovascular e a demência. Porém, os estudos também mostram um risco acentuado de câncer de mama, doenças cardiovasculares e tromboembolismo, de modo que, quando indicada, deve-se usar a menor dose de reposição hormonal compatível com a melhora dos sintomas e pelo menor tempo.
O risco de doença coronariana aumenta significativamente se a TRH for iniciada após os 60 anos de idade ou com mais de 10 anos de menopausa. Portanto, deve-se indicar TRH abaixo dos 60 anos e dentro dos 10 anos de menopausa e não ultrapassar cino anos de uso contínuo.
Na natureza, existem derivados de plantas (ex: ihame, soja, amora, linhaça), os chamados fitoestrogênios, que se assemelham ao estrogênio e podem ter efeitos benéficos nos sintomas da menopausa. Naquelas em que for contraindicada a TRH convencional, existem terapias não farmacológicas para minimizar a sintomatologia: antidepressivos, ioga, mindfulness e acupuntura com resultados ainda controversos
Lembre-se: a reposição hormonal indicada para você pode não ser a melhor para outra paciente e tenho visto no consultório pacientes que chegam utilizando receitas “de ouvido” só de estrogênio dadas pelas amigas, mas que podem ser incompletas e colocá-las em risco.
Por exemplo: o estrogênio é responsável pela grande melhora dos sintomas na menopausa, porém dentro do útero ele pode ocasionar o crescimento do endométrio e aparecimento do câncer . Para evitar isso, usamos também a progesterona para proteger o endométrio de modo que nas pacientes com útero é obrigatória a associação do estrogênio e progesterona se a TRH for sistêmica.
A paciente deve ser parte ativa da decisão de se iniciar ou não a TRH, discutindo com seu médico os prós e contras, fatores de risco, escolha da melhor forma de administração e adesão ao tratamento. A decisão conjunta sempre será a melhor!