Os principais fatores desencadeantes da aterosclerose são os níveis elevados de colesterol (principalmente o colesterol LDL), radicais livres formados pelo tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e alterações genéticas (fatores hereditários ou familiares).

O interesse em estudar a relação entre uvas e vinho tinto e as doenças cardiovasculares surgiu há muitos anos, quando se observou que a população francesa, apesar do elevado consumo de gorduras saturadas, apresentava baixos índices de doenças coronarianas, o que ficou conhecido como o "Paradoxo Francês". Desde então, vários estudos epidemiológicos têm mostrado associação inversa entre o consumo de polifenóis, presentes não só no vinho, mas também no suco de uva e na casca da fruta, e a incidência de aterosclerose.

O consumo moderado de vinho tinto está associado a redução da mortalidade e das hospitalizações por aterosclerose. O vinho aumenta os níveis de colesterol HDL, considerado o "bom colesterol". Além disso, no sistema de coagulação, atua inibindo a agregação plaquetária e reduzindo os níveis de fibrinogênio. A maioria dos efeitos protetores do vinho tinto na aterosclerose é atribuída aos flavonóides, especialmente o resveratrol e polifenóis, presentes na casca das uvas. Essas substâncias possuem efeito antioxidante, vasodilatador e anti-agregante plaquetário.

 

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A proposta do efeito protetor do vinho tinto, porém, deve ser cuidadosamente considerada, pois não se pode esquecer os efeitos adversos do álcool presente no vinho: dependência ( alcoolismo), distúrbios de comportamento, hipertensão arterial, arritmia cardíaca e cirrose hepática.


Estudos têm mostrado que o consumo de álcool superior a 20 gramas por dia é responsável pelo aumento da incidência de hipertensão arterial. Sendo a hipertensão arterial um dos fatores de risco para aterosclerose e também a pressão elevada uma das patologias cardiovasculares mais frequentes na população, o uso do vinho neste grupo deve ser avaliado com muito critério. Muito ainda se deve estudar sobre efeitos protetores do vinho e do suco de uva também na aterosclerose. Deve-se lembrar que o suco de uva possui o resveratrol da casca da uva e não apresenta os efeitos deletérios do álcool.

Como tudo na vida, consumir com moderação e bom senso parecer ser sempre o melhor conselho. 

 

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