A maioria das pessoas sabe o que é sentir tontura. De fato, essa queixa é tão comum como a dor de cabeça e os desconfortos intestinais.
Com o avançar da idade, as pessoas costumam sofrer ainda mais com esse problema que tem causas e tratamentos diversos. É importante observarmos e entendermos bem como é nossa tontura e quais outros incômodos a acompanham para que o médico possa diagnosticar e tratar com maior precisão.
Com o avançar da idade, as pessoas costumam sofrer ainda mais com esse problema que tem causas e tratamentos diversos. É importante observarmos e entendermos bem como é nossa tontura e quais outros incômodos a acompanham para que o médico possa diagnosticar e tratar com maior precisão.
Existem diversos tipos de tontura e várias causas para ela. Um tipo comum de tontura é a vertigem. A vertigem pode ser entendida como uma sensação anormal de movimento. A sensação pode ser a de que o ambiente se move ou a de que a própria pessoa se move. Esse tipo de sensação anormal pode estar relacionada com o movimentar da cabeça na cama, por exemplo. As pessoas costumam descrever a vertigem como se percebessem movimentos rotatórios ou oscilatórios.
Quando uma tontura é caracterizada como sendo do tipo vertigem, nós, médicos, sabemos por onde começar a investigação. A origem de uma vertigem se encontra no labirinto (orgão periférico do equilíbrio que se localiza no ouvido interno), no nervo vestibular (que liga o labirinto ao cérebro) ou nas regiões cerebrais responsáveis pelo equilíbrio, como o cerebelo.
As doenças do labirinto são vulgarmente chamadas de labirintite, mas a labirintite é só um tipo de afecção que acomete esse órgão e é rara. A labirintite é uma infecção do labirinto. As outras condições chamadas de labirintite, na verdade, deveriam ser denominadas labirintopatias, e alguns exemplos são a vertigem paroxístico posicional benigna, a doença de Meniere e a enxaqueca labiríntica. Doenças do cerebelo, como as isquemias e até tumores, também podem se manifestar como uma vertigem.
Toda vertigem é uma tontura, mas nem toda tontura é uma vertigem. As demais tonturas não vertiginosas, costumam ser relatadas como sensação de desmaio, escurecimento visual, como estar pisando em um terreno macio, como cabeça vazia ou apenas um mal estar pouco específico.
Entre as causas de tontura podemos citar desde problemas simples como uma desidratação após um calor intenso ou uma gastroenterite, até outros que para o diagnóstico correto será necessária uma avaliação médica. A hipoglicemia é uma causa comum entre os diabéticos que usam insulina ou outros medicamentos.
É muito frequente descobrirmos no consultório que a causa de uma tontura antiga que já causou até quedas e fraturas, é uma hipotensão postural. A hipotensão postural acontece quando a pressão arterial cai ao se levantar de uma cama ou cadeira. Este é um problema extremamente frequente entre os mais velhos, mas pode acontecer em qualquer idade. Entre as causas da hipotensão postural, podemos citar a anemia, a desidratação e, determinados medicamentos e doenças.
Outro problema que pode desencadear tontura são as doenças do coração. As arritmias que cursam com aumento ou com redução dos batimentos cardíacos, as insuficiências cardíacas, as doenças das válvulas do coração e até a angina e o infarto podem se manifestar como tontura.
Não podemos nos esquecer de um grupo de doenças que causam sensação de tontura, e que tem encontrado no momento atual um terreno fértil para o seu desenvolvimento. Essas doenças são os distúrbios de humor e outros quadros psíquicos. A depressão muitas vezes é descritas como uma sensação de cabeça vazia ou como uma percepção de se sentir separado do corpo. A ansiedade e o pânico costumam se manifestar como sensação de desmaio e mal estar.
Como pudemos perceber, as formas da tontura se manifestar, não são menos diversas do que as suas possíveis causas e, por esse motivo é muito importante que a primeira avaliação dessa condição, seja feita por um profissional médico com uma visão abrangente do problema, como os geriatras, clínicos e médicos de família. A partir dessa primeira avaliação, pode haver a necessidade de algum exame, procedimento ou outra avaliação especializada, e será indicado um neurologista, um arritmologista, um psicólogo, um otorrino ou um profissional fisioterapeuta ou fonoaudiólogo especializado em reabilitação vestibular.
É importante que a avaliação siga essa ordem ou, do contrário, a pessoa vítima de tontura pode se perder em um labirinto de especialistas e nunca ter seu problema resolvido.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: julianacicluz@gmail.com