A cada dia que passa, sentimos o vento do furacão se aproximando. Há 2 semanas, a maioria das pessoas mudou completamente a sua rotina. Boa parte dos serviços parou, muitas empresas estão em home office, crianças se amontoam em casa e, felizmente, boa parte das pessoas pertencentes ao grupo de risco de complicação pela COVID-19, estão isoladas.
O momento não está fácil e somos todos iniciantes.
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Mas, em meio a tantas dúvidas, algumas certezas existem e cito algumas delas:
1- A pandemia vai passar e tudo voltará ao normal;
2- Aprenderemos muito com esse momento;
3- As pessoas que pertencem ao grupo de risco para complicações precisam ficar isoladas neste momento.
Em meio a tanto desencontro, ninguém divergiu em relação à necessidade de evitarmos o contágio dos mais velhos ou mais frágeis de saúde, durante o momento de pico da epidemia.
Sabemos que, aproximadamente, 20% das pessoas que se contagiam pelo novo coronavírus podem precisar de internação hospitalar e que, grande parte desses casos são pessoas idosas ou portadoras de hipertensão, diabete, câncer, doenças cardíacas e pulmonares.
A certeza que temos é que, se um número grande de idosos se contaminarem ao mesmo tempo, os hospitais não terão capacidade de cuidar de todos. Pois isso, o isolamento social é tão importante. Ele é um remédio que trata dois problemas: evita que as pessoas mais susceptíveis adoeçam e alivia os serviços de saúde.
Como então os idosos poderão se proteger em casa, sem piorarem sua saúde física, mental e emocional?
O Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) formulou um documento que auxilia muito na organização de uma rotina de vida saudável durante o isolamento. Ele foi especialmente pensado para as pessoas maiores de 60 anos.
Neste documento, as recomendações e idéias abordam desde o autocuidado e os exercícios físicos, até as atividades culturais e lazer. Tudo pensado para ser realizado em casa.
Por meio de uma rede social, pedi para que as pessoas me enviassem ideias interessantes e exitosas que elas têm adotado durante o isolamento e vou compartilhá-las aqui. Quem sabe alguma delas te despertará interesse? Vamos lá:
- Uma senhora de 70 anos vem se reunindo com outras 3 amigas, todos os dias às 17h. Elas fazem isso através do WhatsApp. Elas tomam um chá e conversam por até 1 hora.
- Uma fotógrafa de Belo Horizonte resolveu compartilhar técnicas simples para fotografia amadora. Ela grava pequenos vídeos e compartilha nas redes sociais. Ensina técnicas de iluminação, por exemplo, para fotografar com os aparelhos celulares. Muita gente tem a seguido e tirado belas fotos em casa.
- Vários profissionais tem compartilhado exercícios físicos pelas redes sociais. Uma educadora física especializada no público idoso, gravou vídeos ensinando exercícios de alongamento para ser feitos dançando, isso mesmo. Você precisa apenas de uma música e uma cadeira.
- Duas irmãs, de 65 e 67 anos, estão gravando vídeos diários ensinando receitas para os filhos e sobrinhos - enquanto uma cozinha, a outra grava e compartilha o vídeo no grupo da família. É uma forma divertida de manter o contato com os familiares.
- Minha madrinha tem experimentado roupas antigas e dançando, ao som de músicas da época dela.
Existem diversas outras opções como:
- Assistir filmes;
- Ligar para os amigos;
- Aprender jardinagem;
- Escolher e revelar fotos;
- Ler livros;
- Estudar filosofia;
- Aprender um idioma novo por Skype;
- Aprender e testar receitas.
Não esqueça de se alimentar bem e, por favor, restrinja seu tempo assistindo o noticiário. Isolamento social não deve e não pode ser sinônimo de solidão. Vamos nos isolar fisicamente e nos conectar emocionalmente? Cuidem de vocês, dos outros e do nosso mundo. Já, já, isso também passará.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: julianacicluz@gmail.com