O estresse nada mais é que uma resposta física do nosso organismo a um estímulo. É uma palavra que vem da física. Estresse e tensão são sinônimos e significam a quantidade de força aplicada em uma determinada área.
Quando estressado, o corpo pensa que está sob ataque, muda para o modo "lutar ou fugir", liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas, como adrenalina, cortisol e norepinefrina para preparar o corpo para a ação física.
O estresse foi muito importante para a sobrevivência da nossa espécie e provavelmente pela nossa evolução, mas tem se tornado uma ameaça de um predador diferente nos dias atuais, como o cumprimento de prazos, pagamento de contas e malabarismos para conciliar carreira e família.
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A função do cortisol é ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial.
Os níveis de cortisol no sangue variam durante o dia, estando relacionados com a atividade diária e a serotonina, que é responsável pela sensação de prazer e de bem-estar.
O cortisol alto no sangue pode originar sintomas, como perda de massa muscular, aumento de peso, diminuição da testosterona, irregularidade menstrual, osteoporose.
Já o cortisol baixo pode originar sintomas de depressão, cansaço, fraqueza.
Temos o estresse agudo, que, teoricamente, pode ser considerado "saudável". É a forma mais comum de estresse. É a reação do organismo frente a um novo desafio, uma briga, um acidente.
O estresse agudo episódico, que acontece com frequência, deixa de ser saudável. É o que acontece, por exemplo, com uma pessoa pessimista.
O estresse crônico nunca desaparece. Em geral, decorre de experiências traumáticas na primeira infância, sendo internalizadas, e que permanecem dolorosas e presentes.
De acordo com estudos de Selye, o estresse pode ser classificado em três fases principais: fase de alarme, resistência e esgotamento, os quais determinam os graus de agressão externa ao corpo humano.
O estresse pode ser apontado como uma reação individual, podendo ser positiva, chamado de "eustresse", quando o indivíduo recebe descargas de adrenalina e se sente estimulado a lidar com situações; em oposição, o estresse negativo, conhecido como "distresse", que acaba por trazer malefícios.
Desta forma, alguns questionamentos surgem: o estresse pode ser considerado uma doença? O estresse envelhece? Fique tranquilo (a). O estresse não é considerado doença, mas isso não significa que não possa ser o causador (segundo o Instituto de Psicologia e Controle do Stress - IPCS), ao enfraquecer o organismo e provocar mal funcionamento do sistema imunológico.
Em contrapartida, o estresse envelhece, segundo pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
A adrenalina, hormônio liberado quando alguém está sob estresse e tensão, pode diminuir a quantidade da proteína P53, responsável por proteger o genoma e evitar o envelhecimento.
A manutenção de um estado de estresse por longos períodos pode ser prejudicial à saúde, desencadeando problemas cognitivos, como déficit de memória, esquecimentos das atividades que precisavam ser feitas, dificuldade de manter-se concentrado, agitação, inquietação com pensamentos acelerados , preocupação excessiva e constante, pessimismo e visão distorcida da realidade.
Podem ocorrer problemas físicos, como dor de cabeça constante, enxaqueca, dores musculares e tensão nos ombros; alterações no sistema gastrointestinal (diarréia, constipação, mal estar no abdome, azia, queimação no estômago - gastrite -, náuseas e/ou tonturas), além de dores no peito, batimento cardíaco acelerado (arritmia), cansaço e perda de libido.
Problemas emocionais também podem ocorrer, como alterações no humor, irritabilidade, dificuldade para relaxar, sensação de sobrecarga, sentimento de solidão, isolamento social, infelicidade, choro fácil e depressão.
Para isso, é preciso começar identificando a causa inicial, estimular os relacionamentos fortes, o controle da respiração, a prática de atividade física (que libera endorfina, o hormônio do bem-estar), a meditação e a yoga.
Esses dois últimos, cada vez mais em voga, são comprovadamente grandes inimigos do estresse. As práticas milenares surtem efeitos positivos na mente e no corpo.
O Hospital Israelita Albert Einstein, juntamente com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Appana Mind, realizou uma pesquisa reveladora que concluiu que 1 hora e 15 minutos de yoga e meditação, três vezes por semana, ao longo de dois meses, tem o poder de cortar pela metade a concentração de cortisol e adrenalina.
De acordo com uma outra pesquisa da Associação Americana de Psicologia, o estresse mantém mais de 40% dos adultos acordados (provoca insônia).
Para garantir que você tenha 7 ou 8 horas de sono, corte a cafeína, reduza distrações como a televisão no quarto, computadores na cama e celulares.
Tente ir para a cama todos os dias no mesmo horário respeitando o ciclo circadiano, também conhecido como ritmo circadiano.
Neste período de 24 horas, o relógio biológico interno mantém as atividades e os processos biológicos do corpo, como metabolismo, sono, vigília, e é influenciado pela exposição a diferentes tipos de estímulos durante o dia, como a luminosidade que estimula a produção de cortisol ou melatonina, alterando a temperatura corporal e regulando o metabolismo para manter a pessoa acordada ou dormindo.
Cada pessoa tem o seu próprio relógio biológico, no qual as atividades são classificadas em matutinas, vespertinas ou intermediárias, conforme os períodos de sono e vigília.
As plantas medicinais devem, se possível, ser usadas na forma de suplementos, pois a concentração de seus princípios ativos é muito superior a qualquer chá ou infusão, apresentando efeitos mais rápidos.
Esse tipo de suplementos deve ser sempre orientado por um naturopata ou médico, pois existem algumas plantas que estão contraindicadas para grávidas ou pessoas idosas, assim como podem apresentar interações com alguns medicamentos utilizados.
Algumas das plantas mais usadas são a alcaçuz, ashwagandha, panax ginseng e a rhodiola rosea.
Apresentaram-me a rhodiola rosea, também conhecida por raiz de ouro ou raiz dourada, há alguns anos, durante um evento científico sobre saúde da mulher.
É uma planta medicinal, conhecida como adaptogênica, ou seja, que é capaz de adaptar o funcionamento do corpo, ajudando a aumentar a resistência física, reduzir os efeitos do estresse físico, psicológico, tóxico, químico, infeccioso, neoplásico (cancerígeno), de envelhecimento, entre outros.
A raiz de ouro cresce em grandes altitudes, entre 2,4 mil e 3 mil metros, nas montanhas da Sibéria, da República da Geórgia e da Escandinávia.
Durante séculos, as pessoas que viveram em grandes altitudes colheram essas raízes e as utilizaram para sobreviver aos seus ambientes severos.
A localização dessas plantas era mantida em segredo. As raízes eram trocadas por alimentos e outros bens. Imperadores chineses enviavam expedições para trazer as preciosas raízes.
As pessoas costumam perguntar como uma única erva pode ter tantos benefícios terapêuticos diferentes. A resposta é bem simples. As raízes da rhodiola rosea contêm dúzias de compostos bioativos que possuem ações individuais e sinérgicas (que trabalham juntas), por exemplo, ação antioxiante, antifadiga e antiestresse. Estudos genômicos indicam que uma única dose de extrato de raiz de ouro pode afetar a atividade de mais de 800 genes diferentes.
Um acompanhamento psicológico ajudará a identificar situações e crenças que contribuem para elevar o estresse crônico e definir um plano de ação para mudar a situação.
Começo a acreditar no papel de uma psicologia preventiva nos dias atuais.
O ginecologista exerce um papel importante na prevenção, no diagnóstico e no tratamento, através de uma ginecologia integral, funcional e emocional.
Prescrições de medicações não são receita de bolo e podem variar ao longo da vida da mulher, que apresenta várias fases com várias variáveis.