O processo de envelhecimento celular (imunossenescência), apesar de ser um fenômeno totalmente natural, começa a se acentuar a partir da terceira década de vida como resultado da incapacidade das células do organismo em se replicar.
Este fenômeno é causado por danos no DNA que liberam os radicais livres, subprodutos tóxicos das células destruídas por causa da má alimentação, exposição ao sol em excesso, poluição, tabagismo, uso de álcool e estresse.
A genética e os hábitos de vida de cada um vão definir o resultado da equação que nos dias de hoje tem se tornado cada vez mais desfavorável, apesar da medicina há muitos anos estar tentando combater este processo através de terapias antienvelhecimento.
Neste processo de envelhecimento, o que acaba ocorrendo é a perda de determinadas substâncias importantes para nosso organismo.
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Ha 29 tipos de colágeno, mas os principais são: o tipo 1, mais abundante e resistente, encontrado principalmente na pele; o tipo 2, presente nas articulações e tecidos, funciona como uma esponja, cedendo água ou absorvendo e aliviando o impacto nas articulações; o tipo 3, encontrado nas artérias, músculos, fígado, baço e rim confere elasticidade ao colágeno; e o tipo 4, que, ao se associar a um outro, forma uma rede semelhante a tela de arame.
Os colágenos são encontrados em alimentos nos tecidos conjuntivos de origem animal. Outros alimentos ricos em aminoácidos que formam o colágeno são a clara de ovo e o leite.
Apesar do colágeno in natura ser exclusividade animal, as ervilhas, o feijão, as nozes e a lentilha também são fonte de aminoácidos necessários para a produção no organismo de pessoas vegetarianas.
Com as matérias primas adequadas, ele é sintetizado naturalmente pelo nosso organismo. Para isso, é preciso ter concentrações adequadas de vitamina C, vitamina A, Zinco e Cobre, entre outros.
No corpo humano, a taxa de rotatividade do colágeno é alta e constante, independente da maior ingestão de proteína (aminoácidos) ou de colágeno.
O colágeno só será produzido se o próprio corpo "desejar". O que regula esta função no corpo humano é uma série de fatores endógenos, tais como a secreção de hormônios como o GH (hormônio do crescimento), a testosterona, o estrogênio, além do estímulo de fatores de crescimento existentes no plasma sanguíneo.
Sua popularidade tem evoluído ao longo das últimas cinco décadas, começando com injeções na década de 1970, cremes e loções, pílulas, bebidas e alimentos, cujo foco principal é a saúde da pele, sendo utilizados os colágenos tipo 1 e 3.
Esta suplementação (nutricosméticos), que hoje é conhecida como "cápsulas da beleza", vem conquistando cada vez mais as pessoas com a promessa da beleza um tanto diferente: a beleza de dentro para fora. Melhor seria se fossem chamadas de cápsulas do rejuvescimento.
Tais cápsulas são formadas por associações de substâncias como vitaminas, minerais, carotenoides, flavonoides, entre outras que tenham propriedades antioxidantes e funcionem como um tipo de suplemento para o corpo, capazes de adicionar nele o que, muitas vezes, não faz parte da alimentação.
Como exemplo temos ainda os bioarct (biomassa marinha), os exynutriment que aumentam a produção de colágeno e elastina, o colágeno verisol....
O colágeno hidrolisado deve ser utilizado longe das refeições e de preferência com líquido com frutas cítricas que aumentam a sua absorção. Ideal à noite, no momento em que o GH é liberado.
O colágeno verisol, produzido a partir de peptídeos bioativos, é mais digerível, produzindo adequado efeito em rugas, segundo estudo realizado pela Universidade de São Paulo e de Kiev.
Se você mantém uma dieta balanceada em proteínas de boa qualidade, equilibrando estes macronutrientes com carboidratos e gorduras, ambos em menor quantidade em relação às proteínas, certamente obterá todo substrato necessário para a produção de colágeno, sem necessidade de recorrer à reposição.
Existem alguns estudos que mostram benefícios na flora microbiota intestinal quando o colágeno é associado a dieta rica em fibras, aminoácidos e curcuma.
Além da pele, articulação e intestino, o colágeno tem papel importante na saúde íntima feminina ao promover melhor trofismo nos órgãos dos aparelhos urinário e ginecológico.
Na menopausa, normalmente ocorre queda na produção de estrogênio, o que leva a uma atrofia vaginal importante, causando secura vaginal, perda de elasticidade dos tecidos, alteração da flora com maior chance de ocorrer infecções vaginais e urinárias.
Esta atrofia pode provocar dor nas relações sexuais e, quando associada a algum fator de risco, pode provocar prolapso (tipo de hérnia através da vagina), além de incontinência urinária com frequência.
A reposição hormonal (TRH) é, sem dúvida nenhuma, a forma mais fácil de tratamento desta atrofia, mas demanda o uso crônico sistêmico (constante ou frequente) ou vaginal contínuo, o que muito desagrada certas mulheres.
Os hidratantes vaginais, como o próprio nome indica, são muito importantes, mas atuam de forma complementar. Diferente deles, os lubrificantes podem, em certos casos, piorar o ressecamento vaginal.
Existem hoje novas tecnologias que há alguns anos vêm se tornando mais acessíveis pela diminuição de seus custos, como métodos não invasivos que utilizam o laser, a radiofrequência ou ultra som pulsado, cujo intuito é o de estimular a produção de colágeno na pele da vulva e na mucosa vaginal.
No caso do laser de Co2, por exemplo, são feitos inúmeros furos microscópicos que funcionam como pontes, levando essa energia para o tecido conjuntivo profundo, induzindo a formação de novas fibras de colágeno e de substâncias que favorecem a hidratação da mucosa, além de promover a formação de novos vasos sanguíneos.
Geralmente, três sessões, com intervalo de um mês, mantêm o trofismo por 12 a 18 meses, sendo necessária apenas uma aplicação anual de manutenção.
Importante enfatizar que este efeito não é conseguido através de cirurgias estéticas, o que muitas pessoas acreditam, como a redução ou aumento dos pequenos lábios, podendo inclusive agravar o problema.
A atrofia vaginal acomete 60% a 80% das mulheres, sendo muito mais comum que se imagina, mas não significa necessariamente que problemas poderão surgir. Mesmo que a mulher não tenha vida sexual ativa, isto pode impactar na saúde feminina a longo prazo, conforme explicado, sendo importante procurar o ginecologista, quando necessário, para uma correta avaliação e adequado tratamento.