Como o seu ideal de qualidade de vida pode impactar a sua libido

Sexo é bom e faz bem para a saúde, sendo muito importante para a maioria das pessoas, mas não quer dizer que seja uma prioridade

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"Na roda da vida precisamos equilibrar a qualidade de vida com o relacionamento, o profissional e o pessoal, sem deixar de lado o sexual" (foto: Pixabay)


Você já parou para pensar o que é qualidade de vida para você, Mulher?

Este conceito é diferente entre os sexos?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida “É a percepção do indivíduo em sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores, nos quais ele vive em função dos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.


De acordo com a pesquisa Mosaico 2.0, realizada pela Dra. Carmitta Abdo do grupo PROSEX, na qual foram ouvidos 3.000 participantes entre 17 e 70 anos, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto alegre e  Distrito Federal, sexo é importante ou muito importante para 95,3% dos entrevistados.

Desconsideradas as expectativas, o desejo de fazer sexo com mais frequência não coincide com a realidade das pessoas que vivem em capitais metropolitanas. A rotina atribulada, a correria do dia a dia e o cansaço afetam o desejo sexual dos brasileiros. Os homens relataram ter relação sexual “três vezes por semana”, enquanto que as mulheres disseram “duas vezes”. 

Nesta mesma pesquisa, foi solicitado que homens e mulheres numerassem, em ordem de importância entre 1 e 10, as suas prioridades em relação à qualidade de vida.

Os homens e as mulheres colocaram a alimentação saudável e o tempo de convivência com a família, respectivamente, em 1º e 2º lugar.

Em terceiro lugar, 70% dos homens colocou a atividade sexual satisfatória, enquanto 59,2% das mulheres colocou em oitavo lugar, apenas. Já as mulheres colocaram em terceiro lugar a qualidade do sono, ou seja, a necessidade de dormir bem.

Estes dados mostram que, enquanto o homem quer fazer sexo, a mulher quer dormir!

Antes do sexo, as mulheres colocaram, respectivamente, como prioridades: a qualidade do sono, a prevenção e cuidados com a saúde, trabalhar no que gostam, terem convivência social e, sobretudo, terem tempo para atividades sociais e culturais.

Ambos, homens e mulheres, colocaram em nono e décimo lugar a prática regular de exercícios e tirar férias regularmente.

Apesar do sexo ser importante para todos, as necessidades entre o homem e a mulher foram bem discrepantes.

É conhecido, pelos estudos de Master e Johnson em 1966 e pelas atualizações de Kaplan no final da década de 70, que a resposta sexual do homem é diferente da resposta sexual da mulher.
Bassom, no ano 2.000, colocou que estes modelos são eventualmente válidos em inícios de relacionamentos. Seria esta uma explicação para o que está acontecendo nos dias de hoje?

Percebo, cada vez mais no consultório, que a queda da libido, assim como a motivação sexual das mulheres, tem ocorrido em idades mais precoces, diferente do que ocorria antigamente. Sabemos que a queda do estrogênio não explica a queda da libido, mas que o início da resposta sexual está vinculado aos níveis de hormônios masculinos.

“O que é libido”? Esta interrogação esteve entre as perguntas mais pesquisadas no Google, em 2019. Esta questão sugere que o desejo sexual (libido) é hoje um problema maior do que se possa imaginar.

Durante o ciclo menstrual ocorrem alterações da libido em circunstâncias distintas, como aumento no período ovulatório pela ação dos androgênios e diminuição no período menstrual pela queda da progesterona.

Ao longo da vida, outros fatores podem interferir e causar problemas em relação à libido, como as flutuações hormonais de certos anticoncepcionais, uso de medicações anti-androgênicas e ou antidepressivos, alem da ansiedade, estresse, depressão, problemas de tireoide, menopausa, pós-gravidez, aleitamento materno, dentre outros.

Neste mundo globalizado, onde temos um novo normal, temos que avaliar a sexualidade sob três aspectos principais: o sociocultural, o biológico e o psicológico!

Temos que considerar a sexualidade como um todo, pois o que é normal ou foi normal para um, pode não ser, agora, para o outro. Confesso que é difícil assimilar tudo isso, mas é preciso!

Por mais importante que seja, ter uma rotina cansa! Por isso, é importante a criatividade para manter a chama acesa. Revele suas intenções e desejos, mude a forma de abordar, varie os lugares... Lembre-se sempre que os homens são mais visuais e as mulheres, mais emocionais.

Libido, ou desejo, pode ser considerado como procura instintiva do prazer sexual!

Hoje precisamos considerar que libido não é mais, apenas ter vontade de transar.

Logo, é importante considerar que a mulher que se programa sair com o parceiro tenha uma noite agradável que irá despertar sua sexualidade de várias formas distintas, gerando prazer, mesmo que o resultado não termine em uma transa, mas que possa se sentir realizada.

Embora o orgasmo seja a última etapa da resposta sexual, a busca por ele acaba sendo diferente entre os sexos. E conhecido o fato de que mais de 50% das mulheres não tem orgasmo durante uma transa.

O homem precisa gozar para relaxar e a mulher precisa relaxar para gozar!

Na roda da vida precisamos equilibrar a qualidade de vida com o relacionamento, o profissional e o pessoal, sem deixar de lado o sexual.

Mais importante do que colocar ordem de prioridades, é avaliar aquela onde você tem um deficit e precisa melhorar. O processo deve ser dinâmico. Converse com o seu Ginecologista, se necessário.
 
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