É do conhecimento de todos nós que a doença renal crônica se torna um relevante fator de risco adicional para o coração, aumentando o risco de desfechos cardiovasculares.
Em um estudo prospectivo os autores incluíram 201 pacientes consecutivos, todos em programa de hemodiálise há longo tempo, que foram submetidos pela primeira vez a angioplastia coronária para desobstrução de lesões coronárias. O estudo foi realizado no período de 2000 a 2016.
Os pacientes foram divididos em dois grupos, a saber: (1) com ou sem estatinas e (2) com ou sem LDL colesterol (colesterol ruim que forma placas nas artérias) elevado. Aqui, considera-se LDL elevado o acima de 93 mg/dl e LDL baixo, o abaixo de 93mg/dl, no momento da angioplastia coronária.
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As estatinas realmente trazem benefícios em tratar rigidez arterial?Síndrome do coração partido e COVID-19Epidemiologia e prevenção na medicina cardiovascular hojeA análise mostrou redução significativa na incidência cumulativa dos desfechos primários e secundários nos pacientes em uso de estatinas, exceto para morte não cardiovascular. Por outro lado, não foi observada diferença quando os pacientes foram divididos pelo nível de LDL-colesterol, no momento da angioplastia coronária.
Em análise mais detalhada, foi identificado que o uso de estatinas foi fator de extrema relevância na redução do risco de morte cardiovascular e de morte por todas as causas, com redução de derrame cerebral e infarto agudo do miocárdio.
Os autores concluíram que o uso de estatinas está associado com a redução no risco de desfechos em pacientes com doença renal crônica avançada, submetidos a angioplastia coronária.
Dessa maneira, como fator de risco cardiovascular a doença renal crônica, deve ser tratada como uma doença vascular e deverá ser tratada com todo o rigor, no que concerne ao colesterol e seus níveis desejados, para que possamos reduzir a carga cardiovascular desses pacientes.
Referência: Funamizo T et al. A Prognostic Merit of Statins in Patients with Chronic Hemodialysis after Percutaneous Coronary Intervention - A 10 Year Follow-Up Study.J Clin Med.2022 ;DOI :10.3390 /jcm 11020390