Um estudo publicado em maio de 2021, no congresso do Colégio Americano de Cardiologia, denominado ADAPTABLE, fez uma análise de comparação entre as doses de aspirina (AAS) para pacientes portadores de doenças cardiovasculares (a chamada prevenção secundária), sugerindo para alguns 81mg e para outros 325 mg.
A finalidade primária do estudo em eficácia era saber qual era a dose ideal para reduzir o risco de morte cardiovascular, o risco de infarto do miocárdio e de derrame cerebral, e também analisar o desfecho de segurança, que era a ocorrência de sangramento maior em pacientes com doença aterosclerótica cardiovascular estabelecida.
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Um total de 15.076 pacientes foram acompanhados por 26,2 meses. Antes da entrada no estudo 13.537 (96%) referiram estar usando aspirina, sendo que 85,3% estavam usando a dose de 81 mg.
Morte, hospitalização por infarto ou por derrame cerebral ocorreram em 590 pacientes (7,28%) no grupo AAS 81 mg e em 569 pacientes (7,51%)no grupo 325 mg.
Hospitalização por sangramento maior ocorreu em 53 pacientes (0,63%) no grupo AAS 81 mg e em 44 pacientes (0,60%), no grupo 325 mg.
Pacientes com a dose de 325 mg apresentaram maior incidência de troca para a dose 81 mg (41,6% versus 7,1%).
Os autores concluíram que nenhuma diferença significativa foi observada em desfechos clínicos ou sangramento entre pacientes com 81 mg ou 325 mg de AAS, e que substancial troca para a dose de 81 mg ocorreu durante o seguimento do estudo.
Concluindo, o uso de aspirina em altas doses não reduz desfechos cardiovasculares em pacientes em prevenção secundária.
Atualmente as maiores diretrizes de cardiologia recomendam o uso da aspirina na dose 100mg .
Referência: Jones WS et all. Comparative Effetiveness of Aspirin Dosing in CV Disease. ACC Virtual 2021. NEJM. 2021; DOI :10.1056.