Recentemente, e frequentemente em nossos consultórios, muitos pacientes têm feitos questionamentos sobre a validade de usar a hidroxicloroquina profilática para COVID-19 ,quando se tem contato com casos confirmados, ou dentro de casa ou mesmo no trabalho. Um estudo foi publicado recentemente para dirimir todas essas dúvidas.
Em estudo duplo cego (as pessoas tratadas não sabiam se estavam tomando a droga ativa ou placebo e nem os investigadores) randomizado (pessoas eram escolhidas para tomar a medicação ou o placebo de forma aleatória) e controlado por placebo, realizado nos EUA e Canadá, a hidroxicloroquina foi testada na profilaxia da COVID-19.
O estudo foi feito em indivíduos adultos que estiveram em contato com casos confirmados no próprio domicílio ou no trabalho, que haviam se submetido à exposição a uma distância inferior a 1,80m por mais de 10 minutos, sem máscara facial e nem escudo ocular – alto risco de exposição, ou usando máscara facial, mas sem escudo ocular – risco moderado de exposição.
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Conheça manifestações na pele notadas em pacientes com COVID-19Descoberta científica alerta que o coronavírus pode causar conjuntiviteDentro de quatro dias após a exposição, os participantes foram randomizados para receber placebo ou hidroxicloroquina (800 mg iniciais, seguida de 600mg ao dia por 4 dias ). O desfecho primário do estudo foi a incidência de confirmação laboratorial para COVID-19 positivo, ou quadro clínico compatível em até 14 dias de evolução.
Participaram 821 indivíduos assintomáticos, sendo que 719 (87,6%) relataram exposição de alto risco, com caso confirmado de COVID-19.
A incidência de novos casos de doença compatível com COVID-19 não diferiu, significativamente, entre os participantes que fizeram uso de hidroxicloroquina, daqueles que receberam placebo.
Efeitos colaterais foram mais comuns no grupo hidroxicloroquina: 40,1%, versus 16,8% no placebo; nenhum evento adverso grave foi relatado.
O autores concluíram que, após alto risco de exposição ao COVID-19, ou mesmo em grau moderado, a hidroxicloroquina não preveniu a doença clinicamente manifesta ou laboratorialmente confirmada, quando utilizada na profilaxia dentro de quatro dias após a exposição.
O autores concluíram que, após alto risco de exposição ao COVID-19, ou mesmo em grau moderado, a hidroxicloroquina não preveniu a doença clinicamente manifesta ou laboratorialmente confirmada, quando utilizada na profilaxia dentro de quatro dias após a exposição.
Boulware DR et al. A Randomized Trial of Hydroxychloroquine as Postexposure Prophylasis for COVID-19. 2020; DOI :10.1056/NEJMoa 2016638