O uso de cigarros eletrônicos é considerado uma alternativa segura para se parar de fumar, mas estudos em modelos animais demonstraram lesão do endotélio (camada mais intima da artéria em contato com o sangue ), rigidez na aorta, ativação e agregação plaquetária (células do sangue responsáveis pela coagulação do sangue ), fazendo com que seja aumentado o risco de coágulos dentro dos vasos sanguíneos, sendo esses os mesmos efeitos observados com o tabagismo.
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Os autores compararam os 66.795 participantes que assumiram o uso de cigarro eletrônico a um grupo controle, com 343.856 indivíduos, que relataram nunca ter utilizado cigarro eletrônico.
A análise mostrou que 21% do total dos participantes já haviam utilizado cigarro eletrônico, sendo 48,5% mulheres. Os usuários de cigarro eletrônico apresentaram menor média de idade, menor média de índice de massa corporal e menor frequência de diabetes. Entretanto, uma maior frequência de tabagismo .
Após ajustes para idade, sexo, tabagismo, diabetes e índice de massa corporal, os usuários de cigarro eletrônico apresentaram maior risco para derrame cerebral, para infarto do miocárdio e para angina, na comparação com os não usuários de cigarro eletrônico.
Os autores alertam para a necessidade de se reforçar políticas de controle sobre os cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens, e ressaltam que essa é a primeira evidência de que o uso de cigarros eletrônicos está associado ao aumento no risco de doença cardiovascular.