Medicina do viajante: O que não pode faltar na sua mala?

Ao planejar a viagem, é preciso ficar atento ao local de destino, clima, doenças, culinária, saneamento e se proteger contra doenças

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(foto: Pixabay)

Muitos leitores mudaram as malas depois da coluna da última semana. Recebemos dúvidas a respeito dos cuidados com a saúde antes, durante e depois das viagens e, para respondê-las vamos falar mais um pouco mais sobre o tema.



Para o planejamento, é importante entender o local de destino. O clima, as doenças, a culinária, o saneamento e os costumes locais. Segundo os princípios da medicina do viajante, é importante se proteger e não propagar doenças e, como já falamos, a melhor maneira de se proteger são as vacinas, mas o nosso foco da semana são as situações em que não temos essa opção disponível.

A vontade de economizar às vezes pode nos levar a locais com higiene questionável – devemos saber ou lembrar que a vigilância sanitária não é prioridade em muitos países. É importante ter atenção especial aos alimentos, porque muitos podem ser causar intolerância ou alergia. A mesma atenção vale para a água e, para evitar problemas, o mais indicado é o consumo de água mineral.

No Brasil, acidentes com animais são tratados seguindo protocolos muito claros, bem definidos e, inclusive, com cobertura completa do SUS. Entretanto, durante sua viagem não se aventure a entrar no mar ou em lagoas desconhecidas, evite contato com animais sem dono como gatos e cachorros, utilize repelente contra mosquitos e outros insetos, e lembre-se que os animais amigáveis e exóticos podem ser causadores de diversas doenças ou mesmo protagonistas de situações agressivas. 

A malária, um dos maiores problemas de saúde mundial, é transmitida por mosquitos e adoece meio bilhão de pessoas a cada ano. Uma doença que pode ser fatal. Então, ao retornar de regiões com  alta incidência da doença, fique atento a todo episódio de febre até um ano após a viagem.

África, América Central, América do Sul, Ásia, Europa Ocidental e Pacífico Sul são locais que merecem atenção especial. Apesar de não existir vacinação contra malária, há algumas medicações, principalmente à base de Quinino que podem ajudar na prevenção. A febre amarela é outra doença que devemos destacar – ela também é transmitida por mosquitos que vivem em regiões de matas selvagens, mas para se proteger basta vacinar pelo menos 10 dias antes da viagem. 

A meningite, uma doença que afeta o sistema nervoso central, é causada por vírus, bactéria, fungos ou protozoários e é altamente contagiosa, podendo ser fatal. Para o tipo meningocócica há vacinas disponíveis.

As condições de higiene e de saneamento básico devem ser observadas para evitar doenças como hepatite A, febre tifóide e intoxicação alimentar. São quadros que podem ser evitados se observados os cuidados com a água e com os alimentos. Se tiver dúvida, não seja o corajoso da turma, opte por segurança e não estrague a sua viagem. A hidratação abundante, controle dos sintomas como vômitos e diarreia são as medidas fundamentais e iniciais para corrigir essas situações. Os vômitos podem ser controlados com antieméticos disponíveis inclusive sem prescrição médica, nos casos de diarréia a melhor opção é hidratar bastante e não tomar nenhum medicamento que impeça a diarreia, pois ao impedí-la você estará indo no sentido contrário da defesa do seu corpo.

Para cada eliminação, compense ingerindo 2 ou mais copos de líquidos. Caso esses sintomas se tornem incontroláveis, busque ajuda médica em uma unidade hospitalar. É importante entender que muitas vezes a duração dos sintomas, mesmo que contra nossa vontade, será de 7 a 10 dias. Um quadro muito famoso é a diarreia do viajante – ocasionado pela mudança de clima, tempero e outros fatores adaptativos. Uma situação extremamente desagradável.

Uma orientação importantíssima para quem viaja e para quem fica: prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST). A regra é clara e é a mesma: uso de preservativos em todas as relações sexuais – sexo oral também é sexo! Doenças como HIV, HTLV, Hepatite B, gonorreia e sífilis são alguns dos exemplos de doenças possíveis de serem transmitidas sem o uso do preservativo.

Caso aconteça algum contato desprotegido, é fundamental que seja realizada a quimioprofilaxia –tratamento medicamentoso que evita o desenvolvimento da doença ainda que haja o contato. As autoridades de saúde local e o seu seguro saúde irão ser úteis em casos de situações infelizes e inesperadas como essa.

Novos lugares também trazem oportunidades de conhecer a fauna e a flora da região, mas muitas podem ser deslumbrantes e perigosas. Para aqueles que escolherem os destinos no litoral, muita atenção aos tubarões, outros animais e, especialmente, as águas-vivas e caravelas-portuguesas. O contato com esses animais pode causar uma espécie de queimadura na pele que na verdade se trata de um envenenamento.

Ocorrendo o contato é importante manter a calma, retirar o animal, aplicar vinagre (o ácido neutraliza o veneno) e lavar com ÁGUA DO MAR e NUNCA com ÁGUA DOCE, pois piora o quadro e aumenta a agressão causada pelo veneno. Urina não melhora a lesão provocada pela água-viva. 

Respeite os costumes locais, respeite os espaços dos animais, na sua bolsa tenha sempre os medicamentos sintomáticos para controle de sintomas comuns e, se for possível, tenha o contato do seu médico de confiança. Aproveite as férias e evite dor de cabeça, mesmo que você tenha um analgésico na bolsa

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