Nem tudo que nós denominamos no nosso dia a dia está correto. E, no caso das lesões ortopédicas, isso não poderia ser diferente. Muitos médicos já escutaram pacientes dizendo diversos nomes diferentes para as lesões que apresentam, assim como pacientes já escutaram médicos definirem as lesões com nomes estranhos ou que muitas vezes nunca ouviram falar.

Mas sempre é importante termos empatia dos dois lados para que possamos ter um entendimento mútuo. Esse é o objetivo, independente de falarmos ou nos expressarmos com palavras difíceis, erradas ou diferentes.

Quando batemos qualquer parte do corpo e temos sinais locais como dor, hematomas ou ferimentos, de forma geral chamamos de lesão. As lesões a partir do que encontramos são denominadas de: abrasivas, cortocontusas, contusas, perfurantes, superficiais, profundas, regulares ou irregulares.

Portanto, ao descrever uma lesão com corte, irregular e superficial, denominamos lesão cortocontusa superficial e irregular, e isso já determina o tratamento apropriado. Quando o trauma é articular, descrevemos como lesão contusa em joelho e seguimos com os outros achados que identificarmos.

Muito importante identificar possíveis lesões associadas aos trauma contusos articulares, como lesão dos ligamentos, derrames (líquido no interior da articulação), sinovites (inflamação dentro da articulação) ou escoriações.

Normalmente as lesões contusas articulares são mais superficiais e com boa evolução.

O termo que é mais confundido é a luxação. As pessoas comparam uma contusão articular com uma luxação articular. A descrição é completamente diferente. Luxação é a incongruência dos segmentos articulares, quando essa sai do lugar e necessita de auxílio médico para sua redução e tratamento.

Importante diferenciarmos esses nomes pois eles têm sinais e sintomas opostos. Uma luxação tem deformidade, incapacidade de movimentação, dor muito intensa e lesões ligamentares mais graves.

Não importa como falamos e sim como entendemos e tratamos. O bom de tudo é estar sempre aprendendo.