A ruptura do Tendão de Aquiles não é incomum - talvez seja a ruptura espontânea mais frequente dos tendões do membro inferior.

A lesão ocorre por uma contração excêntrica do tendão durante a atividade física. As pessoas relatam a sensação de um estalo ou um estouro na região da panturrilha, como se tivessem levado uma pedrada. Peteca, tênis, futebol e basquete são os esportes mais comuns para ocorrer a ruptura.

Por ser um dos mais fortes tendões do nosso corpo, esta lesão pode ser incapacitante se não tratada de forma correta. Podemos tratar de forma cirúrgica ou não cirúrgica estas lesões, e cada uma das opções tem seus riscos e benefícios.

O tratamento não operatório é demandante. É necessário uma imobilização por um período em torno de 8 semanas, associado ao que chamamos de reabilitação funcional. É permitido pisar com a imobilização, mas precisamos restringir a mobilização do tornozelo.

Este método cicatriza o tendão, mas as pessoas levam em torno de 18 meses pra readquirirem a força de volta da musculatura da panturrilha. Outro fator importante a ser considerado é a possível re-ruptura do tendão após o tratamento. Esta pode chegar a 17 % com o tratamento não cirúrgico, e menos de 1% com o cirúrgico.

Se a opção for cirurgia, a palavra de sucesso é economia de tempo. Conseguimos acelerar o processo. O método mais recomendado é o minimamente invasivo, com incisões pequenas e guias para realizar o reparo do tendão. O paciente pisa no dia seguinte da operação com uma bota e calços protetores. A maior vantagem é a rapidez para retornar as atividades pré-lesão.

A título de curiosidade, um atleta que realiza uma cirurgia para a ruptura do Aquiles pode retornar às suas atividades atléticas de alta performance entre 4 a 6 meses, se a cirurgia for associada a reabilitação funcional.

A reabilitação pós-tratamento, seja ele operatório ou não, é um dos conceitos mais modernos nos dias de hoje. Não se recomenda manter gesso ou ausência de apoio mais. Orientamos a necessidade de carga (pisar) precocemente, associado ao ganho de força progressivo.

Se você teve uma ruptura do Tendão de Aquiles e deseja manter as atividades esportivas com melhor performance, a cirurgia é a melhor opção.

Não podemos esquecer que a escolha ideal é aquela que encaixa nos nossos desejos de retornar as atividades do dia a dia e os possíveis riscos de um procedimento.