Já vimos o papel benéfico da alimentação e da prática de atividade física e maléfico do consumo de álcool e cigarro no desenvolvimento de alguns cânceres. Nessa semana, iremos abordar o que estudos recentes mostram sobre a relação do sono com o surgimento ou a progressão de tumores. Para essa coluna, Matheus Lavigne, estudante de medicina da UFMG, pesquisou a fundo o tema.
Estudos têm mostrado a relação de distúrbios do sono com câncer de mama, próstata, tireoide, cabeça e pescoço e linfoma de Hodgkin. Além de mudanças neuro-hormonais e pró inflamatórias, há desregulação em certos genes relacionados ao sono.
O sono reparador permite restaurar a disposição física e mental, fixar memórias e aprendizados, melhorar a imunidade, e reequilibrar os sistemas neurológico e hormonal. Por meio de órgãos neuroendócrinos sensíveis à luz solar, nosso organismo é regulado pelo ciclo circadiano, relógio biológico interno que distingue dia e noite.
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Assim, precipitados por fatores psicológicos, ambientais e genéticos, indivíduos que sofrem com distúrbios de sono ou que estão em tratamento oncológico tendem a apresentar níveis reduzidos de melatonina. Esse hormônio também desempenha efeito antioxidante, protegendo nosso DNA de danos e mutações, e antitumoral, atuando juntamente à proteína p53 ("guardiã do genoma") na inibição do crescimento de células cancerígenas.
Em meio a demandas e preocupações internas e externas, não é fácil manter o equilíbrio e uma boa qualidade de sono. Mas pode acreditar, é possível! Na próxima coluna, daremos dicas para melhorar a qualidade do sono.