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ONCOLOGIA

Maio verde: doença celíaca e o câncer

Uma das campanhas do mês de maio é a conscientização em relação à doença celíaca, uma doença autoimune que pode ser grave e cujo tratamento depende exclusivamente da retirada completa do glúten. A falta de diagnóstico com consequente continuação do consumo de alimentos contendo glúten pode gerar consequências severas para o paciente, incluindo câncer de intestino. A acadêmica da Unifenas BH Nathalia Soares de Oliveira auxilia nesta coluna a ressaltar a importância do tema.



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A doença celíaca trata-se de uma reação inflamatória em indivíduos predispostos ao ter contato com o glúten, proteína presente em alimentos como trigo e cevada. Essa reação gera produção de anticorpos que agem contra as células das vilosidades do próprio intestino delgado do paciente, destruindo-as. Esse processo contínuo acarreta em prejuízos para a vida do paciente como sintomas gastrointestinais constantes (diarreia, gases), dificuldade na absorção de nutrientes e doenças consequentes como é o caso do câncer de intestino.

Pesquisas recentes descobriram que citocinas envolvidas nesse processo autoimune podem ser responsáveis por estimular a multiplicação de células malignas. Esse estímulo à multiplicação de células por incentivo da agressão constante ao intestino pode afetar também outras regiões. A doença celíaca não tratada é fator de risco para câncer de esôfago, estômago e alguns linfomas, no entanto, o maior risco é para o intestino.

Essa associação chama atenção para a importância de se atentar à doença celíaca tanto no momento de realizar diagnósticos quanto na atenção à dieta. É importante estar sempre atento a possibilidade da presença dessa doença em relatos de sintomas gastrointestinais e até mesmo nas suas formas atípicas, ou seja, aqueles pacientes que não manifestam dores, diarréia ou gases mas apresentam sintomas como anemia ferropriva não tratada por reposição oral, depressão, dermatites sem causa explicada.



Uma vez realizado o diagnóstico é importante entender que a doença celíaca tem como único tratamento a retirada completa do contato com o glúten, incluindo contaminação cruzada como utilizar mesmo utensílios de cozinha e contatos de manipulação manual ou em produtos tópicos como maquiagens que podem conter a proteína. O seguimento adequado dessas orientações leva a doença a remissão completa na maioria absoluta dos casos, tirando o paciente da zona de risco para desenvolver algum tipo de câncer secundário.