De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU-SP), o câncer de bexiga é o segundo câncer mais frequente no trato urinário, predominando em homens, brancos e fumantes, com idade acima de 60 anos. Também alerta que o cigarro aumenta em 2 a 4 vezes o risco de ter a doença, em ambos os sexos. Assim, interromper ou evitar o tabagismo é uma poderosa estratégia de prevenção ao surgimento de diversos cânceres, como o de bexiga.
Estudos do INCA - Instituto Nacional do Câncer mostram que, felizmente, boa parte dos cânceres de bexiga são diagnosticados em fase inicial in situ (restrita à parede de revestimento interna), possibilitando elevada taxa de cura. Além do cigarro, exposição prolongada e desprotegida a fatores ambientais, como derivados de petróleo (tintas e corantes), irradiação pélvica e uso de ciclofosfamida (quimioterápico) também aumentam o risco a esse câncer.
A OMS - Organização Mundial de Saúde ainda não recomenda rastreamento universal, porém indivíduos com hematúria (sangue na urina) e disúria (ardor ao urinar) podem se beneficiar da investigação. Esses sintomas são sinais de alerta, mas também podem aparecer em doenças benignas do trato urinário, como infecção e cálculo renal.
Dentre os métodos diagnósticos iniciais, o exame de urina rotina identifica hemácias na urina, a citologia oncótica reconhece células cancerígenas na urina e o ultrassom revela pólipos na bexiga. Contudo, a cistoscopia, exame endoscópico sob anestesia local, é o método atual mais ideal para confirmação diagnóstica e estadiamento.
Após diagnóstico, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética pode ser realizada para estadiamento clínico e planejamento terapêutico. Tumores in situ ou que não invadem a camada muscular, vasos e nervos da bexiga, nem linfonodos pélvicos apresentam mais chance de cura.
O tratamento depende do estadiamento do câncer e da decisão conjunta entre médico e paciente. Podendo ser: ressecção transuretral do tumor, retirada parcial ou total da bexiga, imunoterapia ou multimodal - ressecção local, quimioterapia e radioterapia. A imunoterapia com BCG, relatada pelo Celso Portiolli, consiste na injeção da vacina BCG, a mesma aplicada no braço dos bebês ao nascimento, dentro da bexiga para estimular as células de defesa a combater as células cancerígenas.
Portanto, o câncer de bexiga é prevenido, especialmente, ao evitar ou cessar o tabagismo; e a alta chance de cura é propiciada pelo diagnóstico precoce.